Campo-grandense desabafa após ter sido impedida de assistir à aula em faculdade por estar com filhos pequenos

Por ser bolsista na faculdade, mãe conta que se esforça para não perder aulas e ir bem nas provas, mas não teve com quem deixar os filhos nesta sexta

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(Foto: Reprodução/Facebook)

Em postagem do grupo Aonde Não Ir em Campo Grande, estudante relata discriminação ao levar filhos à faculdade por não ter com quem deixá-los. Priscilla Teodoro da Silva, de 32 anos, estuda na Facsul (Faculdade Mato Grosso do Sul) e explica que ao chegar na faculdade foi barrada e, em seguida, avisada de que crianças não entram. Devido ao ocorrido, não conseguiu assistir aula.

A estudante relata que pediu aos filhos que ficassem quietos e que não conversassem para não atrapalhar a aula. “Mamãe pediu: fiquem quietinhos e não conversem, como sei que são alunos e filhos obedientes, eu tinha certeza que assim seria. Mas, ao chegar na faculdade, fui barrada e me disseram que crianças não entram”, cita na postagem.

Priscilla levou os filhos pela primeira vez em um ano de faculdade, e ao não conseguir participar da aula avisou os professores e revisou o contrato com a instituição e o manual do aluno. Segundo a estudante, não foram encontradas informações de que a entrada de crianças seja proibida. “Os professores são extraordinários dessa faculdade, mas, infelizmente a administração me decepcionou muito hoje”, comentou.

Aflita com o acontecido, a mãe aponta que não entendeu o motivo de não poder entrar com seus filhos para assistir uma aula, a qual tinha direito. “Sei que nem todos os lugares são para crianças, mas, às vezes, não temos escolha como mãe. Sinceramente, me deu vontade de desistir”, desabafou.

Ao Jornal Midiamax, Priscilla revela que o segurança não foi grosseiro em sua abordagem, mas que a situação em si foi constrangedora. A estudante acredita que seus filhos não iriam atrapalhar a aula de forma alguma.

“Para mim, é muito difícil, porque eu me dedico muito a esse curso, eu sou bolsista. Eu ganhei bolsa pelo Enem de 100%, né? Tinha apenas 3 bolsas e eu consegui uma delas. Então, eu me dedico o máximo que eu posso para não faltar aula, para não tirar nota baixa, para fazer o meu melhor, justamente porque é a minha oportunidade de conseguir uma formação de nível superior”, aponta a estudante, que explica ter se sentido “totalmente sem chão e desnorteada”.

“O que me cortou mais o coração não foi só o meu sentimento de humilhação, foi o que os meus filhos sentiram, né? Porque o meu filho (…) tem 11 anos e disse ‘mãe, eu não queria te atrapalhar. Desculpa por estar atrapalhando você’ e isso partiu meu coração”, diz.

A mãe explica que, geralmente, o pai das crianças consegue cuidar delas, mas que especificamente na última sexta-feira isso não foi possível, por estar em uma viagem a trabalho.

A reportagem do Jornal Midiamax acionou a Facsul (Faculdade Mato Grosso do Sul) para tratar da situação, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

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