Pular para o conteúdo
Cotidiano

Área de pastagem cresce 2% no Pantanal, indica levantamento do MapBiomas

O bioma que mais teve crescimento foi a Amazônia, com 40%
Mariane Chianezi -
pantanal
Incêndio no Pantanal (Foto: Divulgação/ Corpo de Bombeiros)

O Pantanal teve um crescimento de áreas de pastagens de 2% nas últimas duas décadas, indicou levantamento do MapBiomas. O bioma que mais teve crescimento foi a Amazônia, com 40% de crescimento de pastagem.

Conforme o levantamento, no mesmo período, esse tipo de cobertura de solo diminuiu substancialmente na (28%) e no Cerrado (10%), onde 10,2 milhões de hectares foram transformados em lavouras temporárias. 

O avanço das pastagens sobre a Amazônia a colocou no topo da lista dos biomas com maior área, em termos percentuais, com 36%. Cerrado (31%), Mata Atlântica (18%), Caatinga (12%) e Pantanal (2%) vêm na sequência. Com exceção de Minas Gerais, com 19,3 milhões de hectares, os outros dois estados líderes em área de pastagens no Brasil ficam na Amazônia Legal: (21,1 milhões de hectares) e Mato Grosso (20,2 milhões de hectares).

Os dados fazem parte de um mapeamento inédito do MapBiomas que será apresentado nesta quarta-feira, 30 de novembro, pelo YouTube. Ele revela que o principal uso dado ao solo brasileiro continua sendo a pastagem: de toda a área desmatada no Brasil, que já se aproxima dos 35% do território nacional, aproximadamente 90% foram ou continuam sendo pastagem.

Com presença nos seis biomas, ela ocupa atualmente algo em torno de 151 milhões de hectares de norte a sul do país. Mas a área total pode ser ainda maior porque esse número não integra parte dos campos naturais, principalmente no Pampa e Pantanal, que cobrem 12 milhões de hectares no país, e áreas de mosaico de usos, onde não é possível separar agricultura e pastagem (ou elas ocorrem de forma consorciada), e que cobrem 42 milhões de hectares. 

A partir da análise de imagens de satélite é possível identificar uma intensa dinâmica quanto às áreas de pastagens no Brasil, marcada por momentos de expansão e retração territorial. Entre 1990 e 2000, 46,4 milhões de hectares de áreas naturais e antrópicas foram convertidas em pastagem, principalmente nos biomas Amazônia e Cerrado, enquanto 19,2 milhões de hectares de áreas de pastagem foram convertidos para outros usos ou abandonados, notadamente nos biomas Cerrado e Mata Atlântica. 

Entre 2000 e 2021, as áreas naturais e antrópicas transformadas em pastagens totalizaram 47,1 milhões de hectares e, mais uma vez, Amazônia e Cerrado foram os principais alvos da conversão. Mas a conversão ou abandono da pastagens nesse mesmo período mais que dobrou em relação ao registrado nas duas décadas anteriores: 44,7 milhões de hectares, principalmente nos biomas Cerrado e Mata Atlântica. 

Entre 1985 e 2021, a agricultura e pecuária ganharam 85 milhões de hectares – um crescimento de 47%. As atividades agropecuárias cresceram em cinco dos seis biomas brasileiros, com exceção da Mata Atlântica.  

Estoque de carbono no Pantanal

De forma inédita, a Coleção 7 do MapBiomas traz estimativas de estoques de carbono no solo associados às áreas de pastagens no Brasil. Considerando as pastagens de todo o Brasil (cultivadas e nativas), o estoque total de carbono orgânico no solo é de 6,43±1,79 gigatoneladas. Especificamente para o bioma Cerrado, a recuperação de cerca de 28 milhões de hectares de pastagens com algum nível de degradação pode resultar em um ganho de aproximadamente 6% nos estoques de carbono no solo até 2030.

Considerando estoques médios de carbono (toneladas por hectare), estes variam de 44 a 22 toneladas por hectare para a camada superficial do solo (0 a 20 cm) nas áreas de pastagens (nativas) do Pampa e Pantanal, respectivamente. Para os demais biomas – Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga e Cerrado – estes estoques ficam em torno de 41, 39, 36 e 33 toneladas por hectare, respectivamente. 

 “A recuperação de pastagens degradadas e adoção de boas práticas de manejo representam um verdadeiro ganha-ganha. Ganha o produtor, com o aumento da produtividade do rebanho. E ganha o país, haja vista o maior potencial de pastagens bem manejadas em sequestrar carbono, contribuindo para a redução das emissões e para tornar a atividade pecuária, como um todo, mais sustentável”, afirma Laerte Ferreira, professor da Federal de Goiás e coordenador geral do mapeamento das pastagens.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Candidatos de duas chapas são liberados para disputar eleições em Bandeirantes

Cidadania Italiana via judicial: ainda é possível mesmo após o Decreto Tajani

Prerrogativas pede que PGR investigue Damares Alves pelo caso da Ilha do Marajó

Dólar tem leve alta com exterior em meio ao aumento das tensões geopolíticas

Notícias mais lidas agora

Pela segunda sessão consecutiva, CNMP julga denúncias de corrupção no MPMS

Após vistoria apontar ‘cheiro intenso’, JBS insiste que adotou medidas antifedor

concessão morenão

Concessão de até 35 anos é alternativa para Morenão, aponta presidente de Comissão

Idosa morre após cair em faculdade da terceira idade em Campo Grande

Últimas Notícias

Polícia

Bombeiros realizam buscas para localizar mulher que desapareceu no rio Ivinhema

As informações indicam que um carro foi encontrado abandonado nas imediações e pode pertencer à mulher

Cotidiano

Com itens a partir de R$ 2, feira de brechós acontece neste sábado no Parque Tarsila 

Evento será das 8h às 16h, na Vila Nova, em Campo Grande

Política

Audiência cobra reabertura parcial do Morenão enquanto aguarda decisão sobre concessão

Reunião em 1º de setembro deve debater entraves da concessão

Emprego e Concurso

Com remuneração de até R$ 9 mil, IFMS abre vaga para professor substituto em Campo Grande

O profissional deve ter licenciatura em Letras, com habilitação em Língua Portuguesa e Inglesa; inscrições seguem até 26 de junho