A idosa Solange Alves Ribeiro, de 61 anos, foi transferida de Três Lagoas para a Santa Casa de Campo Grande após constatação de um aneurisma cerebral e confirmação de morte encefálica. Entretanto, desde sexta-feira (16), aguardam por exames e protocolos necessários para fechamento do atestado. A filha chegou a abrir um boletim de ocorrência para relatar a negligência.

Conforme a filha, Cristhianne Alves de Souza Vara, de 41 anos, Solange fez exames de tomografia em Três Lagoas, o resultado mostrou que o caso era grave, causado por um derrame. Foi necessário o encaminhamento médico para Capital, sendo levada para área vermelha com pressão elevada.

“Quando foi para área vermelha, ficou debaixo do ar condicionado, com lençol em cima, ficou 36h. Denunciei no SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão). A minha irmã chegou de São Paulo, quando viu a gente brigando para abrir uma vaga no CTI (Centro de Terapia Intensiva), porque até sábado (17) não tinha”, disse.

Sem reversão no quadro

É necessário concluir três laudos para constatar a morte cerebral. Médicos plantonistas teriam dito que não há reversão no quadro clínico, na tarde de sexta-feira, desde então ainda estão aguardando os procedimentos para liberar o corpo da mãe.

“Uma psicóloga chamou a gente para conversar, que infelizmente não tinha como fazer nada. Fiquei sentada lá fora aguardando os procedimentos. Quando a gente entrou para olhar ela, estava gelada, o ar ligado. O esposo dela ficou na portaria, não davam notícias dela. Ontem (18), fomos à delegacia registrar boletim, aí que chamaram para fazer o primeiro exame”.

A segunda etapa também foi feita no domingo, restando apenas o último protocolo. “O maior sofrimento é ver esse descaso, a falta de vontade dos profissionais. Eu passei minha vida inteira trabalhando na saúde, só isso que a gente pede: agilidade da atenção e saber conversar”, pontua.

Em nota, a assessoria de imprensa da Santa Casa informou que o hospital havia explicado para os familiares da paciente sobre o protocolo de morte encefálica e as etapas que devem ser seguidas conforme a legislação atual.

“A paciente foi admitida no dia 16 sedada, e com indício de processo de ME, então para iniciar o protocolo, foi retirado a sedação e aguardado a sedação finalizar. O protocolo de ME foi iniciado no dia 18, porem a paciente apresentou uma alteração na temperatura, diante disso houve a necessidade de estabilizar a mesma para dar continuidade no protocolo. As demais informações sobre os procedimentos e condutas médicas são restritas aos familiares ou responsáveis pela paciente”, finaliza.