Após 48h de bloqueio, o Comitê Cívico de Puerto Quijarro liberou a circulação de veículos no trecho entre a fronteira de Corumbá e Bolívia, no início da noite desta terça-feira (9). Nomeado como Paro Cívico, os moradores pedem a suspensão do adiamento do Censo Demográfico para 2024.

A informação da liberação no tráfego foi confirmada pelo o presidente da Setlog Pantanal (Sindicato das Empresas de Transporte e Logística do Pantanal), Lourival Vieira Costa Júnior. A liberação estava prometida para às 18h, com isso, o fluxo de veículo foi intenso já nos primeiros minutos.

Durante os dois dias parados, o sindicato estima que as transportadoras sofram prejuízo de U$ 3 mil a U$ 5 mil, o que pode chegar a R$ 51 mil. Durante o protesto, cerca de 700 caminhões ficaram parados na fronteira, sendo 300 do lado brasileiro e 400 no país vizinho.

O presidente do Comitê Cívico de Puerto Quijarro, Mario Enrique Rodriguez, explicou o Diário Corumbaense, que pretendem encerrar o bloqueio às 18h, mas devem retornar e intensificar em outros trechos caso não tenham respostas do governo federal. A pesquisa do censo seria urgente, pois o Estado de Santa Cruz de La Sierra e outros departamentos estão sendo muito prejudicados.

 “O que queremos é que o Censo Demográfico seja realizado até junho de 2023, no máximo. O último foi realizado em 2012, ou seja, de lá para cá muita coisa mudou. Santa Cruz, conforme o último levantamento, tinha 2 milhões de habitantes, desde então, essa população cresceu, ainda mais com a migração de pessoas de outras cidades e departamentos da Bolívia, que optaram por viver lá. Então, isso afeta diretamente no repasse de verba pública para investimentos, políticas sociais, que deveria ser de acordo com o número de pessoas que vivem no departamento”.

Quijarro ainda ressaltou que caso seja feito em 2024, o resultado legal seria divulgado apenas em 2026, causando um atraso de 20 anos na contagem populacional, o que afetaria o setor político.  “Santa Cruz hoje tem 28 deputados, com 2 milhões de habitantes; com 4 milhões, pode chegar a quase 48 na Câmara Federal. Estamos com muito atraso”.

Bloqueio por mais 72h

A primeira paralização tem intervalo de 24h e retornou em seguida, Quijarro disse que a comissão deve dar uma semana de intervalo para a população poder se abastecer. “O próximo fechamento, na semana que vem é de 72h. Se o movimento interinstitucional não der resultado, vamos fazer bloqueio por tempo indefinido”, avisou.

Ao jornal El Deber, o presidente do Comitê de Santa Cruz, Rómulo Calvo adiantou que a será a população que definirá as medidas a seguir no final das 48 horas de mobilização determinadas na Cimeira dos Censos, onde mais de 400 instituições de Santa Cruz definiram o rumo a seguir para que o Governo aborde o problema que gira em torno da pesquisa nacional.