Os casos positivos de Covid-19 voltaram a subir em Mato Grosso do Sul, conforme pontuado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde). No entanto, o Estado não prevê retomar a obrigatoriedade no uso das máscaras por enquanto, conforme disse o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) na manhã desta quinta-feira (17), durante coletiva de imprensa de transição de governo para Eduardo Riedel (PSDB).

A decisão é porque o Estado não registra grandes internações por Covid neste momento. “O problema é que está tendo muita contaminação. Pessoas com comorbidades, eventos muitas vezes com aglomeração. Voltarmos ao uso da máscara, não vai ser obrigatório, mas é uma recomendação que estará nestas campanhas publicitárias”, disse

Ainda conforme pontuado por Reinaldo, muitas pessoas ainda não tomaram todas as doses da vacina disponíveis. Dessa forma, a quebra no esquema de imunização abre brechas para que o vírus circule facilmente no Estado, aumentando o risco de nova onda de contaminação.

“É importante fazer com que as pessoas completem o ciclo vacinal. Se completar o ciclo vacinal nós teremos aí uma imunidade muito boa nas pessoas e principalmente uma proteção. Sem o ciclo vacinal completo, pode ter problemas principalmente para as pessoas que tem comorbidades, que é o que está acontecendo”, continuou.

Reinaldo ainda destacou que muitas crianças nem tomaram a primeira dose da vacina ainda. “Tem dose disponível para este público”, afirmou.

Covid-19 em MS

Mato Grosso do Sul ainda não tem nenhum caso confirmado da nova variante da Covid-19, chamada BQ.1. Mesmo assim, os casos positivos para a doença voltaram a subir. A SES (Secretaria Estadual de Saúde) emitiu ofício para as prefeituras dos 79 municípios reforçarem a vacinação completa e testagem.

Boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (16) mostra que a média de casos confirmados nos últimos sete dias é de 40,7. Mais que o dobro da média de 18,1 registrada na semana anterior.

De acordo com o secretário Flávio Brito, a secretaria continua monitorando os casos. Para ele, o aumento recente de positivos é consequência dos descuidos da população e da negligência em relação às vacinas.

“O número de casos confirmados ainda não pressiona o atendimento de saúde e os óbitos são poucos, geralmente em pessoas que não completaram o ciclo vacinal disponível, são grupo de risco e abandonaram os cuidados como máscara e álcool”, afirma o secretário.

No ofício enviado aos municípios, a SES reafirma a necessidade dos cuidados em relação às novas variantes da Covid-19, confirmadas no país e que podem chegar ao Estado a qualquer momento.

Dessa forma, recomenda que, diante do “alto potencial de gerar uma nova onda de casos de Covid-19”, as variantes causam “grande preocupação” na secretaria estadual que reforça a “necessidade urgente de fortalecimento das medidas mitigatórias contra o Coronavírus, além das rotineiramente já adotadas”.

O Estado também emitiu a Nota Técnica 25, em que relaciona como as secretarias devem agir diante de pacientes com sintomas respiratórios ou com teste positivo para a Covid-19. Na nota, o Estado recomenda o uso de máscaras a toda população e o distanciamento social.

Variante BQ.1: pode existir nova onda em MS?

Apesar do Estado não ter casos da BQ.1 confirmados até o momento, existe a possibilidade de ter nova onda de contágio em Mato Grosso do Sul, assim como ocorreu com demais linhagens da Covid-19.

Segundo a infectologista Mariana Croda (CRM: 5853), da SES, isso acontece devido a inúmeros fatores: pessoas não vacinadas ou com esquema de imunização incompleto, aumentos da circulação de pessoas com festas do fim do ano e afins. Apesar disso, a especialista tranquiliza a população. “Mesmo com uma possível nova onda aqui no Estado, não vai ser na mesma gravidade igual ao passado”, diz.

Nesse sentido, ela ainda pontua que a gravidade da BQ.1 é a mesma das cepas já registradas anteriormente. Então, os grupos de risco continuam os mesmos:

  • Imunossuprimidos;
  • Pessoas não vacinadas ou com vacinação incompleta;
  • Idosos;
  • Portadores de doenças crônicas.

“Você aumenta o número de casos, aumenta o número de risco. Por isso, pessoas do grupo de risco podem vir a óbito. Além disso, a maior circulação do vírus permite nova variante e é isso que o Estado deseja suprimir. Afinal, as vacinas não previnem infecção, previnem sintomas graves e óbitos”, ressalta. Dessa forma, medidas individuais são imprescindíveis.