Segundo boletim Infogripe divulgado nesta quinta-feira (28) pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), dentre as quatro macrorregiões de Mato Grosso do Sul, continua sendo a única incidência de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) considerada ‘muito alta', conforme classificação do boletim. As outras três têm incidência considerada ‘alta'.

O novo boltetim destaca também o aumento da proteção conferida pelas vacinas de a partir das doses de reforço. O dado adicional dessa edição do estudo visa estimar a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 por grupo etário e situação vacinal dos casos de internações e óbitos. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 29, período de 17 a 23 de julho, o Boletim tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 25 de julho.

Nas últimas quatro semanas, os casos de SRAG com resultado laboratorial positivo continuaram sendo amplamente dominados pelo Sars-CoV-2 (Covid-19) na população adulta. Da mesma forma, no grupo de 0 a 4 anos, o volume de casos associados à Covid-19 se manteve acima do observado para o Sincicial Respiratório (VSR). Nesse período, a prevalência entre os casos positivos foi de 1,7% para influenza A; 0,1% para influenza B; 5,5% para VSR; e 79,4% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

De maneira geral, a atualização aponta para queda no número de casos de SRAG nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Enquanto a maioria dos estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste tem interrupção do crescimento que havia se iniciado em abril em diversos estados, com alguns já iniciando queda, a metade norte do país aponta para manutenção do crescimento em estados da região norte e interrupção de crescimento no Nordeste.

Mato Grosso do Sul e Campo Grande

Na presente atualização, observa-se que apenas nove das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 29: Amazonas, Amapá, Bahia, Maranhão, Pará, Piauí, Rondônia, Sergipe e Tocantins. Os demais estados e o Distrito Federal apresentam estabilidade ou queda na tendência de longo prazo até o mesmo período.

Na região norte o cenário predominante é de manutenção do sinal de crescimento, enquanto no nordeste já se observa interrupção dessa tendência. Na metade Sul do país, diversas unidades da federação estão em situação de platô desde o mês de junho, e a maioria já apresenta indícios de processo de queda, como são os casos de DF, GO, MG, PR, RJ, RS, SC, SP.

No Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o cenário indica manutenção de patamar elevado em crianças, contrastando com o sinal de queda lenta na população adulta – o que mostra que a situação ainda é instável e exige cautela.

Nove das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a semana 29: Aracaju (SE), Belém (PA), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Macapá (AP), (AM), Palmas (TO), Porto Velho (RO) e Teresina (PI). Apesar de algumas capitais das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste apresentarem formação de platô ou já iniciando processo de queda, Curitiba e Florianópolis voltaram a apresentar sinal de crescimento em algumas faixas etárias, especialmente crianças pequenas e idosos. 

Pelos indicadores de transmissão comunitária, apenas duas capitais integram macrorregiões de saúde que apresentam incidência de casos semanais abaixo do nível considerado alto, porém apenas uma capital encontra-se em macrorregião em nível extremamente alto. Das 27 capitais, nenhuma está em macrorregião de saúde em nível pré-epidêmico, duas estão em macros em nível epidêmico (Cuiabá e São Luís), 21 estão em macros em nível alto (Aracaju, Belém, Boa Vista, Campo Grande, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Teresina e Vitória), três em nível muito alto (Brasília, Curitiba e Florianópolis) e uma em nível extremamente alto (Belo Horizonte).