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Cotidiano

Aldeia de MS que foi palco de confronto e morte vai às urnas para escolher novo capitão

Eleição em Amambai acontece em meio a conflitos internos
Marcos Morandi -
Disputas internas ficaram mais acirradas após morte de indígenas (Fotos: Marcos Morandi))

Com aulas suspensas durante a semana nas três escolas indígenas, em decorrência de denúncias de ataques, a Aldeia , no município de mesmo nome e distante 352 quilômetros de , escolhe novo capitão neste domingo (31). O local abriga a comunidade, Guapoy, onde um indígena foi morto após confronto com a Polícia Militar.

Entre os nomes inscritos na disputa pelo comando da maior aldeia da cidade, está o de João Gauto, ele é o atual capitão, mas desta vez concorre ao cargo de vice. “Esta é uma forma que ele encontrou de tentar se manter no poder uma vez que está queimado entre os moradores”, disse uma indígena à reportagem do Midiamax.

A nova eleição, que acontece das 7 às 17 horas na escola municipal ‘Mbo eroy Guarani Kaiowá’ foi decidida em comum acordo com os moradores, lideranças e conta com o acompanhamento do MPF (Ministério Público Federal).Neste dia mais de 7 mil indígenas irão escolher dois nomes entre as três chapas inscritas, que tem como candidatos Pedro Rodrigues (João Gauto-vice); Gabriel Rodrigues (Daniel Samaniego – vice) e Arcênio Vasque (Lurdelice Moreira – vice).

Além da disputa por uma área nas proximidades da região conhecida como Guapoy, que envolve a Borda Mata, os conflitos internos ficaram ainda mais evidenciados após a morte do indígena Vítor Fernandes no último dia 24 de junho. Durante o confronto com o Batalhão de Choque, três policiais também ficaram feridos, juntamente com outros indígenas.

No entendimento das lideranças, o pivô do conflito foi próprio capitão João Gauto. Ele é acusado de ter traído a confiança dos moradores da aldeia e teve sua gestão questionada pelas lideranças e também pelos anciões da Guapoy

Em conversa com lideranças que moram na Aldeia Amambai, a reportagem do Jornal Midiamax apurou que descontentamento contra o cacique é geral. Segundo eles, sua permanência no cargo é considerada ilegítima.

“Sabemos que ele deu todas as informações para os policiais e também para os seguranças privados que estavam na fazenda”, disse uma das fontes que foi novamente procurada pela reportagem e relata que Gauto não deveria nem se candidatar novamente. “Ele deveria estar envergonhado depois de tudo que fez”, ponderou o indígena.

“Não acoitamos traição”

O cacique é apontado pelos moradores da aldeia como traidor e também como uma pessoa rancorosa, que persegue quem contraria o seu jeito de pensar e também a suas ações. “Há algum tempo temos percebido que ele não se comporta mais como um dos nossos. Aqui na nossa comunidade nós não acoitamos nenhum tipo de traição”, diz um ancião da aldeia ouvido pela reportagem.

Essa nova eleição, segundo esse mesmo ancião, é uma oportunidade que a comunidade tem para deixar bem definida a posição diante de tudo que tem acontecido. “Temos três chapas inscritas e temos que pensar em na hora de escolher que será o nosso cacique”, comentou.

Cartas enviadas pelo cacique

Antes do confronto que resultou na morte de Vitor e também no ferimento de outros envolvidos, o cacique teria enviado duas cartas às autoridades. A primeira delas é datada de 19 de junho, onde ele solicita apoio e diz que a retomada Guapo’y Mirim Tujury, “está tendo brigas entre os próprios indígenas”.

Na outra, já datada de 23 de junho, um dia antes do confronto, ele fez uma nova carta direcionada à Funai, MPF e Secretaria de Segurança Pública, onde reitera as denúncias contra os indígenas da sua própria aldeia. “Informamos ainda que no local da retomada há muitos menores de idade correndo risco de vida, bêbados, e muitos aproveitam o conflito e andam com armas brancas, como facão […]”, relata o cacique.

Essas duas cartas deixaram a comunidade revoltada e a partir daí sua autoridade foi colocada em cheque. “Tudo isso é uma inverdade. Em nenhum momento nós fizemos qualquer intimidação ou ataque à sede da fazenda. Nós sempre agimos de forma pacífica. Quem inventou essa guerra foi nosso próprio cacique”, explica outra anciã da comunidade.

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