Diga-se de passagem, foram ‘dois longos anos’ de aulas remotas no período pandêmico. Agora, já no segundo semestre de 2022, a maioria dos cursinhos de Campo Grande já dispensou a distância do on-line, optando pelo ensino presencial ou híbrido, para vestibulares e concursos públicos.

A flexibilização colaborou para liberar o retorno, somada com a quantidade de concursos e vestibulares deste ano. O diretor do Colégio Nota 10, Patrick Quadros, explica que a unidade escolheu retornar às aulas 100% presenciais, pois perceberam que sob os olhares e supervisão do corpo estudantil, conseguem motivar e incentivar melhor os alunos a usarem estratégias para um bom desempenho.

“Nós não tivemos uma demanda para o online, ao contrário, tivemos uma demanda grande pelo presencial. Os alunos queriam sair de suas casas, sair do isolamento, ter esse contato social, ficar cara a cara com o professor. Estar dentro da sala de aula, ter a oportunidade de fazer sua pergunta olhando nos olhos do professor”.

Mesmo não tendo a modalidade online, os estudantes têm matérias e exercícios disponíveis pela plataforma, por 24h, e monitoramento dos professores. Entretanto, as aprovações deste ano superam o índice do ano passado, o que poderia sugerir que os alunos conseguem absorver melhor o conteúdo na rotina presencial.

Em uma era onde os jovens compartilham cada segundo da vida on-line, ou se mantém atualizado dos assuntos em alta, a socialização foi o que mais teve ausência para os alunos. Gabriel Ademir Rodrigues, aluno do Nota 10, afirma que o espaço presencial é o preferido da maioria dos colegas. Embora todo o acompanhamento e acolhimento do ambiente escolar, nada se compara a ter perto amigos e professores.

“Me senti disperso [nas aulas remotas], acho que todo mundo, porque estávamos em um momento de muita emoção, vivendo algo novo. O ambiente de socialização é importante para gente, para qualquer aluno aprender, é muito melhor que o on-line, onde se está distante dos seus amigos, dos próprios professores que não se tem a dinâmica professor-aluno, que é tão importante para aprendizagem”.

Com salas cheias, o Mandetta Easy decidiu manter as aulas com transmissão ao vivo pela sala virtual e interação direta com o professor. O professor e coordenador Márcio Lopes diz que há maior procura em concursos da Polícia Militar, para Semed (Secretaria Municipal de Educação), INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e Ministérios Públicos.

“Tínhamos uma limitação de alunos em sala. A aceitação pelo sistema ao vivo foi excepcional, antes as aulas eram feitas em estúdio. Mesmo com a liberação das aulas presenciais, a procura pelo sistema ao vivo aumentou. A aula online ao vivo tem o mesmo custo da aula presencial. O motivo é que o aluno faz a pergunta direto ao professor em sala e recebe a resposta instantaneamente, como se estivesse na aula presencial”, explica.

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Sala de aula de cursinhos cheias. (Foto: Divulgação/Nota 10)

Maioria apta por cursinhos presenciais

No Morenão Cursinho, 80% dos alunos estão no ensino presencial e apenas 20% optaram pelo on-line. Henrique Esquivel Junior, coordenador na unidade, explica que as aulas são simultâneas. No início, a adaptação de quem já estava matricula foi difícil, principalmente pela instabilidade da internet da casa do estudante.

“Mas os mesmos conseguiram se adaptar aos momentos que todos nós iriamos criando mais habilidade no trato do ‘à distância’. O aluno ainda acha que no presencial o rendimento e aprendizado é maior.