A favor ou contra? Em meio à discussão sobre voto impresso, campo-grandenses se dividem
Volta do voto impresso é uma das pautas de Jair Bolsonaro às vésperas das eleições
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A discussão sobre o voto impresso tem ganhado força no Congresso Nacional. Entre os deputados federais do Mato Grosso do Sul, a maioria é favorável em repensar o sistema de votação, sem que seja adotado o voto impresso. Na rua mais popular de Campo Grande, a 14 de Julho, a opinião sobre o assunto é dividida.
De um lado a população teme o aumento da compra de votos, pelo fácil controle que um político pode desenvolver com a impressão do voto, como uma espécie de garantia que votaram nele. Do outro, está quem acredita que a impressão seria usada para evitar uma possível fraude nas urnas, com a contagem física dos votos.
Para o atendente Paulo Rogério Silva, de 42 anos, a impressão daria mais segurança para as eleições, com a possibilidade de uma contagem física. “Você terá mais uma segurança no voto. Se houvesse fraude, você teria uma segunda opção pra verificar. Não tem problema em gastar mais na eleição, é tanta coisa cara que a gente já paga”, diz.
A consultora de vendas Maria Carolina, de 30 anos, também compartilha de uma visão parecida. “Sou a favor, pra mim é uma forma a menos de não roubarem. Antigamente era assim”, afirma. Sobre a questão da venda de votos, a visão foi objetiva. “Não vai favorecer, mas não consigo formular uma resposta agora”.
O que muita gente desconhece é que no sistema eletrônico atual, ao fim de cada horário de votação, há impressão dos boletins de urna, que ficam em poder dos mesários. No ticket impresso, há a contagem de quantos votos cada candidato disponível para ser votado recebeu. Os mesmos boletins, só que virtuais, são encaminhados para o sistema do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de cada estado e também do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que auditam o processo.
Facilita a venda de votos
Para quem já viveu décadas e diversos mandatos políticos, a aplicação do voto impresso pode estar equivocada e ser usada como arma política. “Por mim continuaria do mesmo jeito e acho uma loucura mudar, não foi comprovado fraude na urna eletrônica. Isso aí é politicagem, é arrumar desculpa para dar um golpe no Brasil. Você não viu o Donald Trump nos EUA”, disse Ciriaco Ferreira da Mota, de 76 anos.
Entregando currículos no centro, Milena Tatiely, de 21 anos, é contra o voto impresso, pois acredita que pode estimular a corrupção. “Sou contra, pra não facilitar a corrupção. É uma comprovação do voto. Você vende e leva pro político, como um recibo. Igual em uma compra”, disse ela.
Difícil decidir
No caso da consultora de vendas Beatriz Samara, de 21 anos, a corrupção já está enraizada na nação brasileira. “Sou indiferente. Já chegamos em uma situação onde políticos e pessoas normais roubam de qualquer forma. Um contra, é que se você vender o voto vai ter como provar para o político, é um ok para ele conseguir comprar votos. Isso eu acho errado”.
O trabalhador de call center, Yan Hyga, de 19 anos, também ficou divido e não conseguiu escolher um dos lados. “Quem é a favor do voto impresso é mais de direita e contra é mais da esquerda. Prefiro não opinar, pra mim tinha que devolver para os índios. Tudo já está corrupto”, finalizou.
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