Vício em redes sociais em tempos de pandemia? Especialista aponta riscos para saúde mental

Já ativou o ‘limite de uso’ no celular?

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É inegável dizer que durante a pandemia moradores dobraram o tempo de uso nas redes sociais, não apenas para diversão ou conectividade, mas para permanecer ‘online e ativo’ o tempo todo na pandemia. Porém, até que ponto o estar conectado nas redes sociais é saudável?

A psicóloga Rosangela Sampaio explica que muitas pessoas não conseguem ficar sem compartilhar coisas do dia a dia ou da sua vida por fotos e vídeos no Instagram, WhatsApp e Facebook, as redes mais utilizadas no mundo.

“Abusar dessas ferramentas ou fazer uso excessivo delas pode gerar inúmeros problemas. Por exemplo: elas podem fazer com que percamos nosso spam de atenção e negligenciemos tarefas importantes. Se algo for além e desenvolvermos dependência da internet, especificamente das redes sociais, podemos encontrar muitos mais problemas. São coisas muito sérias como ansiedade ou tristeza extrema e descontrolada”, disse.

Durante o isolamento social, por conta da pandemia, essas ferramentas continuam sendo essenciais para a comunicação com familiares e amigos, ainda mais atraente para os jovens que esperam respostas imediatas. Porém, o excesso é sempre vilão.

“A princípio, o uso é positivo, desde que não descuidem das demais atividades de uma vida normal para estudar, trabalhar, praticar esportes, praticar hobbies, sair com amigos ou interagir com a família. Outra questão é quando o abuso das redes sociais causa distanciamento da vida real, induzindo ansiedade, baixa autoestima e perda da capacidade de autocontrole”, orienta.

Storys, feed e afins?

Estudantes, trabalhadores em home office, desempregados, passaram mais tempo em casa e as redes sociais acabam sendo um ‘escape’ para o tédio, saída que pode virar dependência quando implica na perda de controle, uma absorção do nível mental e uma alteração grave no funcionamento diário da pessoa afetada, afirma a especialista.

As principais causas do vício em redes sociais são as seguintes:

  • Estandardização: experiência positiva e criativa que deixa de existir no momento em que a pessoa já não a desfruta, mas sente que a sua vontade está sujeita à necessidade constante de interação;
  • Solidão: a internet é uma janela de relacionamento social para todos. Porém, quem vive um período de solidão fica mais vulnerável ao risco de dependência, pois observa neste elo de comunicação um substituto para aqueles vazios e deficiências emocionais;
  • Alimentação do ego: projetar um universo em que a vaidade parece uma constante a partir de imagens protagonizadas por aquele que mostra sorrisos infinitos e um estilo de vida de sonho;
  • Falta de inteligência emocional: diferentes fatores, por exemplo, barreiras no campo das habilidades sociais, podem fazer com que a pessoa se sinta mais confortável ao interagir pela internet e não no “mundo real”.

“Se prestarmos mais atenção ao que acontece na tela do que ao que acontece na realidade, as consequências podem ser desastrosas. Interagir com outras pessoas e pensar sobre nossa saúde são prioridades muito mais importantes do que a internet, e isso é algo que devemos ter em mente”, finaliza.

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