Pular para o conteúdo
Cotidiano

Vazios urbanos: Campo Grande tem 37% de área composta por terrenos desocupados

Loteamentos antigos, como o São Conrado e Caiobá, não têm 50% das áreas ocupadas
Arquivo -

Sair pela cidade e se deparar com áreas vazias é muito comum para aqueles que moram nos bairros mais distantes do centro de . Grandes áreas, que chegam a tomar quarteirões a perder de vista, tomam conta de regiões que evidenciam uma estatística: dos 100% do perímetro urbano da Capital, 37% é composto por vazios urbanos.

Conforme um estudo feito pelo curso de e Urbanismo da (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), os ‘vazios urbanos’ são grandes áreas equipadas de lotes desocupados e que, em Campo Grande, ocupam inúmeras regiões.

O estudo aponta que na Capital existem 793 parcelamentos dos 74 bairros em sete regiões urbanas e que há um número expressivo de áreas privadas com nenhuma ocupação. O professor Angelo Marcos Arruda, disse ao Jornal Midiamax que o estudo envolveu, além de docentes, 12 alunos do curso de arquitetura, que atualmente já são profissionais na área. 

Ou seja, um quarto de todo o perímetro urbano da cidade, algo em torno de 25,74% que correspondem a 9.241,61 hectares que, somados aos mais de 4,246 hectares que tinham ocupação de até 25%, totalizam 13.488,46 hectares, ou seja, 37,57% do perímetro urbano são de áreas privadas consideradas vazios urbanos.

Já referente às áreas de domínio público, o estudo mostra que somam 1.701,08 hectares (4,74%) e outros 2.785,36 hectares (7,76%) de espaços livres que totalizam 12,50% ou 4.486,44 hectares. Se somar as áreas privadas com ocupação de até 25% com as áreas de domínio público e os espaços livres tem-se algo em torno de mais de 50% do perímetro envolvido com uma pequena ocupação territorial.

Áreas pouco aproveitadas 

A mesma porcentagem aparece em bairros, como na região do São Conrado e Caiobá. O estudo feito pelo Observatório de Arquitetura e Urbanismo da UFMS detalha os primeiros loteamentos na região, que aconteceram na década de 1940, com as Vilas Taveirópolis e Santos Dumont.

A pesquisa relata que, entre 1960 e 1970, os grandes loteamentos do Santa Emília, São Conrado, Tijuca e Portal Caiobá começaram a ser ocupados e que juntos somam mais de 10.000 lotes. Sendo que, atualmente, esses loteamentos ainda não atingiram 50% de ocupação.

A região da Lagoa é considerada uma das mais extensas de Campo Grande, pois nela estão as maiores áreas institucionais da Capital, sendo a Base Aérea e o Aeroporto Internacional de Campo Grande.

“Sua área de mais de 5 mil hectares tem 114 mil habitantes, mas é muito vazia, com apenas 23 habitantes/ha. Essa região poderia ter se consolidado como uma região de urbanização prioritária dada a sua localização ambiental”, diz estudo.

Essa região, segundo a (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano), está dividida em 11 bairros. Dados de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam o São Conrado com mais de 18 mil habitantes, o mais populoso dentre todos.

O estudo completo sobre os vazios urbanos do Observatório de Arquitetura e Urbanismo da UFMS, pode ser acessado aqui.

‘Lote limpo, cidade limpa’

Em meio a inúmeras áreas desocupadas, as autoridades estão em alerta para monitorar terrenos sujos. A Planurb disse ao Jornal Midiamax que desenvolveu, entre os meses de maio e julho de 2021, a “Campanha Lote Limpo — terreno limpo, cidade limpa”, com objetivo de conscientizar os moradores.

De acordo com a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana), de janeiro a maio de 2021, 2.147 proprietários foram notificados pela falta de limpeza de seus lotes e 140 multas foram emitidas.

Conforme o Código de Polícia Administrativa — Lei Municipal nº 2.909, de 28 de julho de 1992, os proprietários de terrenos sem edificação são obrigados a mantê-los limpos, capinados e drenados, vedada a utilização de queimadas para esse fim. As multas variam de R$ 2.478,50 a R$ 9.914,00.

Além disso, causar incêndios em matas ou florestas pode resultar em prisão de dois a quatro anos, ou detenção de seis meses a um ano, com base na Lei de Crimes Ambientais — Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

Compartilhe

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados