O estudo de imunização em massa na fronteira de Mato Grosso do Sul já apresenta bons resultados na primeira parcial, que foi divulgada pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) nesta sexta-feira (30). Os dados mostram que as cidades de fronteira tiveram uma queda de 63,3% nos casos de coronavírus. A queda no número dos infectados era prevista, já que o Estado como um todo apresenta melhora na pandemia. Porém, a comparação mostra que a ção fez diferença: nos outros municípios de MS, a redução nos casos foi de 46,6%.

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Fonte: SES

A campanha de vacinação em massa começou a ser realizada no dia 2 de julho nas cidades de fronteira: Mundo Novo, Japorã, Sete Quedas, Paranhos, Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Ponta Porã, Antônio João, Bela Vista, Caracol, Porto Murtinho, Corumbá e Ladário. Foram dez dias de vacinação e, ao todo, 94.215 pessoas foram imunizadas com a vacina da , de dose única. 

O levantamento da SES aponta que houve uma queda considerável nos indicadores da transmissão e de mortes por covid. É importante lembrar que o Estado já havia começado a vacinação com imunizantes de outras marcas e o estudo com as vacinas da Janssen foi um complemento. Como há moradores que já tinham sido vacinados com doses da Astrazeneca e Pfizer, que tem dois meses de intervalo, nem todos estão com o ciclo vacinal completo.

O estudo mostra que, em 30 dias, os municípios da fronteira tiveram uma redução de 63,3% de casos de covid. Enquanto isso, os demais municípios do Estado, que não tiveram vacinação em massa, apresentaram queda de 46,6%. Com relação ao total de mortes, a variação ocorre entre 50% a 90% de queda.

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Fonte: SES

“Portanto, houve uma diminuição na incidência de casos e mortalidade já sentida na 28ª semana epidemiológica neste cinturão sanitário. O levantamento pontua que até o dia 22 de julho, ainda não havia completado o período de 14 dias de resposta imunológica dos vacinados pela Janssen nestes municípios”, reforça a SES.

O secretário Geraldo Resende acredita que os resultados do cinturão sanitário diminuirão sensivelmente os riscos de novos casos. “Essa barreira vai reduzir a circulação de variantes e contribuir para a redução de outros índices epidemiológicos como a taxa de ocupação de leitos hospitalares e óbitos”, disse.

Estudo na fronteira

A vacina americana da Janssen é de aplicação única e foi utilizada para estudo epidemiológico conduzido pelo médico infectologista e pesquisador da Fiocruz, Julio Croda. O estudo é realizado pelo grupo Vebra Covid da Fiocruz (capitaneado por Croda), com apoio da (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e das universidades dos Estados Unidos de Stanford, Yale e Miami.

Todos, acima de 18 anos, que ainda não tinham sido vacinados com outros imunizantes tiveram a oportunidade de receber a dose da Janssen. Os pesquisadores vão monitorar o impacto da vacina em relação à imunidade coletiva e vão comparar os dados com outros 13 municípios similares. Também será monitorada a incidência da doença em crianças e adolescentes, que ainda não podem receber vacina.