Com a vacinação em ritmo lento no Brasil, a alternativa para alguns é sair do país em busca da imunização contra a Covid-19. Seja para turismo ou mudança total de vida, ir para o exterior é uma alternativa válida para conseguir a vacina. A esperança de conseguir se vacinar foi um dos fatores decisivos para Vitória Cesconetto deixar Campo Grande e ir morar nos Estados Unidos.

A professora de 24 anos saiu da Capital de Mato Grosso do Sul para se aventurar em terras norte-americanas. “Eu já estava no processo de me mudar há um tempinho. Mas é óbvio que contribuiu. Eu pensei assim: cara, eu nunca vou receber essa vacina do jeito que está o Brasil”, disse.
Assim, ela confessa que apesar de que já estava pensando na mudança, a possibilidade da vacina contra a Covid-19 foi importante. “Então tenho que ser honesta, que cá entre nós, foi uma época bem oportuna de me mudar [para os Estados Unidos]”.

Apesar de ser do grupo prioritário, recentemente liderado para vacinação pelo Ministério da Saúde, o Brasil ainda está imunizando profissionais da Educação com pelo menos 55 anos. Sem expectativa de quando seria vacinada, Vitória se surpreendeu com a rapidez e eficiência do sistema estadunidense.

Vacina antes do esperado

“Eu me mudei faz duas semanas, cheguei na quinta e na segunda já fui vacinada”. Isto porque quando a professora chegou aos Estados Unidos, o presidente Joe Biden ainda não havia ampliado a vacinação para todos acima de 16 anos.

Então, Vitória precisou fazer um cadastro para se vacinar contra a Covid-19. “Foi bem simples, somente nome completo, data de nascimento e e-mail. No dia não tinha muita fila, pois era com hora marcada. Então tinha somente umas três pessoas na minha frente”, lembra com alegria.

Sobre os sentimentos de ser vacinada tão rapidamente, Vitória divide o momento entre psicológico e físico. “A psicológica foi um enorme peso sendo gradualmente retirado das minhas costas”, define. Para ela, foi “como se todas as preocupações que tiravam o sono desde o ano passado fosse virando pó”.

Já na física, Vitória comenta que teve leves reações à vacina, que tomou às 9h da manhã. “Me senti bem até o final da tarde e no começo da noite eu senti como se fosse ficar gripada. Isso durou até o dia seguinte”, descreve. A campo-grandense tomou o imunizante da Pfizer, com duas doses, sendo que a segunda está marcada para 15 de maio.

Vacinação avançada, normalidade voltando

Vitória viveu mais de um ano de pandemia no Brasil, sabe bem como é a situação do país. Ao chegar nos Estado Unidos a jovem teve um choque de realidades, pois com a vacinação adiantada, muitas atividades já estão sendo normalizadas.

“É outra vida aqui, está todo mundo levando mais tranquilo essa questão [da pandemia] por conta da vacina”. Antenada nas notícias e convivendo diariamente no governo estadunidense, ela afirma que “em julho as coisas provavelmente irão abrir novamente se a maioria estiver vacinado”.

Ela disse que nos Estados Unidos, alguns comércios já estão liberados e abertos para pessoas que fazem uso de máscara. No país, foi decretado o retorno de atividades ao ar livre, desde que não causem aglomerações. E “se você já estiver completamente vacinado, não precisa usar máscara”.

Em Campo Grande e em solo brasileiro, Vitória não tinha nem expectativa de quando teria essas experiências novamente. “No Brasil eu não tinha isso, estava trabalhando em casa há um ano e três meses, sem sair pra nada. Não tinha nem esperança de quando tomaria a vacina, apesar de ser prioridade por conta da minha profissão”, lamenta sobre a situação do país de origem.

Atualmente no Texas, ela deve seguir para outros países quando o visto expirar. “Quem sabe fazer um mochilão pela Europa, estou juntando dinheiro aqui nos Estados Unidos para isso praticamente”, comenta sobre os planos.