A chuva deu uma trégua, mas as equipes continuam trabalhando em resposta aos estragos causados pela tempestade em Corumbá, a 425 km de Campo Grande. Além 347 famílias desalojadas por conta dos alagamentos, a enxurrada ainda causou um deslizamento de terra em uma ocupação no bairro Generoso. Ninguém se feriu, mas uma casa teve que ser interditada até que a temporada de chuvas passe.
O tenente Isaque do Nascimento, coordenador municipal de Defesa Civil, explica que o deslizamento de terra ocorreu porque o morador fez um lançamento de aterro sem acompanhamento técnico de um engenheiro. O objetivo era ‘prolongar’ o terreno, mas como a casa fica em uma área de encosta, houve o deslizamento.
“Não houve dano significativo na estrutura da casa, que foi construída na encosta. O que deslizou foi o alongamento do terreno, nós passamos a orientação técnica para refazer aquela área e fizemos a contenção com lonas, para que a erosão não prossiga”, explicou o tenente.
O coordenador de Defesa Civil afirma que por mais que não tenha ocorrido danos na casa onde o terreno deslizou, a residência localizada logo abaixo teve que ser interditada, pelo menos durante a temporada de chuvas.
“Na hora da chuva, não havia ninguém. Essa casa de baixo teve danos estruturais e está orientada a, pelo menos por agora, ficar impedida de uso. Com algumas toneladas de aterro lançado deslizando, a pessoa fica temerosa, mas por sorte não houve vítima”, disse.
Nascimento diz que as famílias que moram na área de encosta estão há décadas no local. A área é considerada de risco, porém há níveis de risco e a maioria dos moradores têm casos com risco baixo e médio. Quando o risco é considerado alto, o morador é retirado do local. “Conseguimos realocar algumas famílias dessas áreas para unidades habitacionais, mas muitas permanecem”.
Por que as casas alagam?

Nesta semana, após chover em poucas horas mais do que suficiente para o mês inteiro, 347 famílias ficaram desalojadas em Corumbá. A maioria procurou abrigo em casa de familiares e amigos, sendo que apenas uma ficou abrigada na Casa de Passagem.
Mas, afinal, por que as casas alagam? O coordenador de Defesa Civil afirma que muitas casas nos bairros afetados têm como característica o terreno abaixo do nível da rua, além de estarem na ‘rota’ da água. Como houve uma enxurrada, as casas acabaram sendo invadidas pela água da chuva. “Muitas moradias ficam com a água represada, não tem para onde ir”.