O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou, nesta quarta-feira (3), a segunda edição do estudo Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil. Em Mato Grosso do Sul, mulheres dedicam mais que o dobro do tempo para cuidados dos afazeres domésticos, sendo 69,5% do público desempregado a mais que homens, durante 2020.

O levantamento tem objetivo de apresentar dados de análise as condições de vida de mulheres, com a sistematização de indicadores. A taxa de de mulheres, em 2019, era de 10% em comparação com homens. Em relação a análise por cor ou raça, a taxa de desocupação era 12% maior entre as mulheres brancas; pretas ou pardas o índice foi de 11,4%.

Durante a pesquisa, a maior parte das mulheres informavam que o desemprego, além da dificuldade financeira, era para se dedicar ao lar. Outro apontamento é que o maior envolvimento no trabalho não remunerado contribui para explicar a menor participação das mulheres no mercado de trabalho.

Quando a porcentagem é revertida em horas, mulheres se dedicavam aos afazeres domésticos por 19,6 horas contra 10,0 horas de homens. Embora no MS, o público se dedicas mais horas a estas atividades, o Estado tem apenas a 13ª menor desigualdade entre outros estados.

Menos ocupação em cargos públicos

Se, por um lado, as mulheres são mais escolarizadas, por outro, têm menor inserção no mercado de trabalho e na vida pública em geral. Os indicadores no monitoramento das diferenças é o percentual de parlamentares mulheres em exercício nas câmaras, como de deputados e vereadores. Em MS, os números absolutos e a proporção de 847 cadeiras parlamentares, 163 foram ocupadas por mulheres em 2020.

A proporção de mulheres eleitas teve um aumento de 46,5%, no entanto, os 19,2% registrados ainda se mantém distantes da proporção de habitantes do sexo feminino no estado. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2019, 50,4% dos habitantes de MS eram mulheres. O valor é o 6o maior entre as UFs, ficando RN com a maior proporção (21,8%) e RJ com a menor (9,8%)

O descompasso entre a proporção de candidatas e deputadas mulheres em exercício pode ser atribuído, segundo estudos eleitorais, há fatores como falta de apoio material às candidaturas femininas, inclusive no âmbito dos , e ao maior sucesso eleitoral dos candidatos que já eram parlamentares anteriormente. Em 2018, entre as sete candidaturas para o cargo de deputado federal que contaram com receita superior a 1 milhão de reais, em MS, apenas duas (28,6%) eram de mulheres.

A proporção de mulheres policiais é outro fator que precisa ser acompanhado. Por lei, a presença de mulheres no corpo policial está prevista dentre as medidas de assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar.

Na Polícia Militar, 10,2% das policiais de efetivo ativo são femininas, na Civil, 28,6%. O Estado se classifica como 7ª maior em proporção de policiais mulheres na categoria.

Homicídios fora de casa

Pela primeira vez, taxa de no domicílio ultrapassa os homicídios fora do domicílio. O Estado ficou na 14ª posição em relação a taxa de homicídios (por 100 mil habitantes), com 4,8%, ou 66 em números absolutos, em 2018. MS ficou na segunda posição entre as UFs quando o assunto é taxa de homicídio das mulheres no domicílio, e em vigésimo fora do domicílio. As mulheres brancas (2,4%) são as que mais morrem no domicílio, frente as pretas e pardas (2,1%), 2o e 6a posição, respectivamente, entre as Unidades da Federação. Contudo, essa taxa se inverte quando o homicídio ocorre fora de domicílio. As mulheres pretas e pardas, com 3,2%, são mais afetadas em comparação com as mulheres brancas, com 1,0%.