Por mais de um ano, as transmissões ao vivo promovidas pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) aconteceram com atualizações diárias sobre o coronavírus. Com mensagens de conscientização, de alerta e até com informações impactantes sobre o cenário da pandemia, as lives deixaram a população a par das informações da ciência sobre a doença, em uma época marcada pelas . Passado o momento crítico da pandemia, a situação mudou muito em , mas mesmo assim as transmissões devem continuar. 

Já se passaram 21 meses desde a primeira transmissão ao vivo da SES sobre o coronavírus, em fevereiro de 2020. A princípio, as lives aconteciam diariamente, mas passaram a ser realizadas três vezes por semana desde setembro deste ano. 

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Secretária adjunta Crhistinne Maymone, assim como o secretário e o assessor técnico coronel Marcello Fraiha, participam das lives com informações sobre covid. (Foto: Chico Ribeiro)

A secretária adjunta de saúde, Crhistinne Maymone, assim como o secretário Geraldo Resende, estiveram lado a lado por muitos meses informando a população sobre a doença diariamente. Maymone explica que, mesmo com a queda nos indicativos da pandemia, as transmissões continuam importantes e devem continuar com a mesma periodicidade. 

“Até onde eu saiba, nós continuaremos tranquilamente com as lives três vezes na semana. Na live, a gente aproveita e fala outras questões além da pandemia, são temas importantes sobre saúde. Temos total interesse de continuar”, disse Maymone. 

O secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, também afirma que as lives continuam importantes na pandemia. Ele cita que a live tem sido essencial para transmitir informações sobre a situação da doença, ainda mais em um momento de surto nas aldeias. 

“Ainda não vencemos a pandemia, temos situações a serem resolvidas”, afirma Resende. 

Voz da ciência em tempos de fake news

Além de transmitir atualizações sobre os casos novos e mortes por coronavírus nos municípios, as lives ainda ajudaram a deixar a população atualizada sobre as informações da ciência. Em tempos em que as fake news se espalharam como nunca e teve até gente acreditando que café poderia prevenir o coronavírus, as transmissões serviram como porta-voz para levar a ciência à população. 

“São quase dois anos de live e de pandemia, da gente fazendo as lives. Fizemos todos os dias, sábados, domingos e feriados. Um dos momentos que mais me chamaram a atenção foi quando fomos a articulação, o tempo inteiro daquilo que vinha sendo divulgado da ciência de forma geral”, diz Maymone. 

Novidades sobre a doença

Outro papel importante das transmissões foi atualizar a população sobre as novidades do coronavírus. Por ser uma doença nova, as descobertas foram feitas aos poucos: os testes mais confiáveis, os métodos de prevenção mais eficazes, as situações de risco de transmissão. 

“Primeiro eram os testes de anticorpos, RT-PCR, depois eram testes de antígenos. Era um trabalho que a ciência apresentava e a gente ia apresentando para a população. É um dado importante, junto vinha uma explicação do que é aquilo, o que significava para as pessoas. Foi um marco importante, as pessoas compreenderem a necessidade da testagem”, pontua a secretária adjunta. 

A secretária também destacou os constantes avisos sobre a prevenção da covid, com a conscientização sobre o uso de máscaras. “Um marco importante foi as pessoas se sensibilizarem para o uso da máscara”.

A chegada da vacinação

O ponto de ‘virada' da pandemia foi a chegada da vacina contra o coronavírus. Tão aguardada, a vacina chegou a Mato Grosso do Sul no dia 18 de janeiro. Uma indígena, de 91 anos, foi a primeira pessoa a receber a dose do imunizante, no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). Na data, outras três pessoas foram vacinadas: um médico, uma moradora de asilo e uma enfermeira. 

Após a chegada das vacinas, outro papel das lives da SES foi conscientizar sobre a importância da imunização. Além disso, as transmissões informaram sobre a chegada de novos lotes, as novidades sobre os públicos a serem imunizados, além de informações sobre a cobertura vacinal e a eficácia dos imunizantes. 

“[As lives] foram importantes pela própria vacinação. Conseguimos a vacinação, mas tivemos que sensibilizar as pessoas a se vacinarem e confiarem na eficácia das vacinas que se apresentavam”.

Pico da pandemia e solidariedade entre os estados

Mato Grosso do Sul chegou ao pico da pandemia em junho, quando atingiu o limite da capacidade para receber pacientes. No dia 8 de junho, o Estado atingiu um recorde com 1.339 com covid internados. Só para ter uma ideia, atualmente são 58 pacientes hospitalizados com a doença. 

Na época, além da situação de caos na saúde, um marco foi a solidariedade entre os estados. “Naquele momento, estávamos com esgotamento dos leitos. Foi marcante aquele momento que vivenciamos a solidariedade dos outros estados. Encaminhamos pacientes [para estados vizinhos] para terem acesso à oportunidade de tratamento. Isso só foi possível porque muitas mães de juntaram”, reforça Maymone. 

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No dia 20 de outubro, Geraldo Resende anunciou live sem mortes. (Foto: Divulgação/Governo de MS)

Primeira live sem mortes

Ao longo da pandemia, as lives transmitiram diversas situações sobre a pandemia. Desde informações sobre a queda de indicativos, até dias com pico de mortes por covid. No dia 10 de abril, MS chegou ao pico de óbitos, com média móvel de 56,7 mortes diárias. 

Demorou, mas o dia chegou: depois de mais de um ano de pandemia, Mato Grosso do Sul não registrou nenhuma morte na live do dia 20 de outubro. Foi o primeiro boletim epidemiológico estadual que não incluiu novos óbitos. 

“Desde 31 de março de 2020, há mais de um ano e seis meses, não tivemos um dia tão bom como esse, de anunciar que não tivemos nenhuma morte. É a primeira vez que a gente anuncia oficialmente a ausência de óbitos registrados no nosso boletim”, comemorou o secretário Geraldo Resende na ocasião.

Anúncios sobre estratégias e surtos de covid

No momento em que surtos de coronavírus acontecem nas aldeias indígenas de Mato Grosso do Sul, a live se mostra importante para informar e anunciar estratégias de combate à doença. Nesta terça (9), por exemplo, a SES se reúne com o Ministério da Saúde para pedir a dose de reforço na população indígena. 

Além disso, o secretário Geraldo Resende afirma que as transmissões continuam importantes para conversar com a população sobre o cenário da doença e convocar a todos para vacinação. “Agora mesmo, estamos informando sobre os surtos nas aldeias e chamando a atenção da população. É um exemplo, se a população não vacinar, surtos podem acontecer. Também temos anunciado estratégias para controle da doença. Temos um caminho a percorrer. A live vai existir enquanto a pandemia existir”, frisou.