O atingiu, nesta segunda-feira (11), o terceiro menor nível da história na medição feita a partir da régua de Ladário, no pantanal sul-mato-grossense, a 426 km de Campo Grande.

Conforme o Comando do 6° Distrito Naval da do Brasil, a régua chegou a -56 cm, o menor nível em 50 anos. A última vez que o nível do rio ficou em marcação tão baixa foi em setembro de 1971, quando marcou -57 cm. No ano passado, o nível do rio chegou a -32 cm. Confira abaixo os novos recordes negativos históricos do Rio Paraguai:

  • Setembro de 1964: -64 cm
  • Setembro de 1971: -57 cm
  • Outubro de 2021: -56 cm
  • Outubro de 1967: -53 cm
  • Setembro de 1969: -53 cm
  • Outubro de 1910: -48cm

Conforme o CPRM (Serviço Geológico do Brasil), o nível do Rio Paraguai continuou em tendência de declínio esta semana nas estações de Ladário e Porto Murtinho. A projeção feita pelo órgão é desanimadora e aponta que o nível ainda pode chegar a -59 cm esta semana. 

Porém, após esse pico negativo, a tendência é aumentar, gradativamente, e chegar a -48 cm em três semanas.

Prejuízos da seca

Para a coordenadora da sala de situação dos rios de MS, a fiscal ambiental do (Instituto de Meio Ambiente de MS), Elizabeth Arndt, os prejuízos da seca devem se prolongar por muito tempo. “Causa prejuízos ao estoque pesqueiro, à dinâmica do Pantanal, da cheia, da decoada… É um limiar bem preocupante por conta disso, se não chove, a cadeia alimentar acaba prejudicada. Isso tudo em decorrência do que pode vir a acontecer. Nossos estoques pesqueiros podem ficar reduzidos para os próximos anos”, declarou.

A seca de 2021 aliada ao cenário do ano passado agravou a situação, conforme o gerente de previsões hidrológicas do Paraguai, Max Pastén. “A seca afetou gravemente os níveis dos rios e isso causou uma queda acentuada porque nestes dois anos, 2020 e 2021, o recorde mínimo histórico foi quebrado”, disse.

Rio Paraguai tem vários pontos sem água no Paraguai com a baixa histórica e recorde pela seca prolongada – Foto: Norberto Duarte / AFP/METSUL METEOROLOGIA

Ele explicou que a queda se deve ao forte impacto da estiagem que começou a se fazer sentir no ano passado e que em 2021 se agravou. O especialista acrescentou ainda que o setor mais afetado é o de navegação e não descartou que em alguns pontos comece a restringir a passagem de navios.