Rota pré-histórica: Ricos em pinturas rupestres e grutas, sítios arqueológicos são destinos alternativos em MS
Fundtur ressalta que é preciso investimento em estrutura para atrair mais turistas
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Quando se fala em turismo em Mato Grosso do Sul, os primeiros destinos que vêm à mente são as águas cristalinas e cachoeiras, em Bonito, e as belezas do Pantanal, em Corumbá. Contudo, o turismo sul-mato-grossense não se restringe somente a esses locais e ainda há muito a ser explorado. A região norte do Estado, por exemplo, é rica em sítios arqueológicos, que oferecem um destino alternativo de turismo no Estado.
A cidade de Alcinópolis, a 387 quilômetros de Campo Grande, é um atrativo que chama a atenção de quem gosta de história. A cidade leva o título de Capital Estadual de Arte Rupestre e tem diversos encantos, como grutas, cânions, pinturas rupestres, animais silvestres e paisagens exuberantes. Em MS, são 80 sítios arqueológicos ao todo, mas 24 ficam concentrados no município de Alcinópolis.
Há três unidades de conservação municipais, o Parque Natural Municipal Templo dos Pilares, Monumento Natural Municipal Serra do Bom Jardim e Monumento Natural Municipal Serra do Bom Sucesso. Além do cenário, outro atrativo é o lobo-guará, espécie símbolo do Parque, já que é avistado com facilidade no local.
O Parque do Templo dos Pilares é a principal atração da região, onde há vestígios de até 10 mil anos. O parque é rico em arte rupestre, além do teto e pilares com formações rochosas únicas em todo o estado. Para os interessados, a trilha conta com percurso de 900 metros e o passeio dura uma hora.
O diretor-presidente da Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), Bruno Wendling, destaca o atrativo. “O Tempo dos Pilares é operado pela Prefeitura [da cidade] e tem uma boa estrutura, mas necessita reforçar ainda mais para o atendimento”, aponta. Wendling ressalta que a Fundtur tem trabalhado com o município há cerca de três anos para promover os destinos turísticos ainda mais para o público interno e também turistas do Brasil afora.
Alcinópolis também tem outros atrativos, como a Serra do Bom Jardim, onde os turistas podem observar a vida silvestre e aproveitar o melhor do ecoturismo. A trilha do pôr do sol atrai turistas com os lindos mirantes no final da tarde.
No Sítio Arqueológico Pata da Onça, é possível contemplar pinturas e gravuras rupestres ainda bem preservadas. A Gruta do Pitoco traz formações em arenito, onde é possível encontrar gravuras e pinturas rupestres. Já o Arco da Pedra é um sítio arqueológico com formação rochosa em formato de arco. O resultado é uma bela vista e fotos incríveis para os turistas.
Entre Alcinópolis e Costa Rica, há o Parque das Nascentes do Rio Taquari, que forma um corredor entre o Cerrado e o Pantanal. Além dos sítios arqueológicos, o parque tem um lindo cenário, com seis grandes cânions e um pôr do sol inesquecível.
Também na região norte, a cidade de Rio Verde conta com sítio arqueológico. Na Fazenda Igrejinha, há atrações como mirantes, bicas d’água, rapel, cavalgada e é possível contemplar o sítio com artes rupestres de até 6 mil anos. Mais uma opção é a cidade de Rio Negro, com três balneários, duas cachoeiras de grande porte e vários sítios arqueológicos com arte rupestre.
Com tantas riquezas, por que região não é tão conhecida?
As fotos da reportagem já mostram os inúmeros encantos da rota dos sítios arqueológicos, mas por que os locais não são tão populares? O diretor-presidente da Fundtur explica que para ter turismo é preciso ter produto. Na prática, isso significa que os municípios precisam estruturar os passeios e a iniciativa privada também precisa atuar.
“Falta produto para esse tipo de potencial atrativo. Muitos destes locais não têm estrutura para visitação, não tem quem opere. Sem produto, as pessoas não vão consumir”, explica.
Wendling reforça que os setores públicos e privados precisam investir na estruturação. Só com isso é possível partir para a divulgação, de modo a tornar os atrativos mais populares entre os turistas. “Se for espaço público, a prefeitura tem que estruturar minimamente, criar condições para visitação. Também é necessária a presença da iniciativa privada, com operador receptivo, que recebe o turista, acompanha”.
No caso de Alcinópolis, a estrutura é melhor e os destinos têm se tornado mais populares nos últimos anos, segundo a Fundtur. “Alcinópolis ganhou uma projeção como destino por conta de um trabalho que a Prefeitura fez, há estrutura, horários de visitação”. O diretor-presidente da Fundtur reforça que só a beleza do local não é suficiente. Os atrativos também precisam de profissionais capacitados para os passeios nos sítios arqueológicos, para transmitir conhecimento sobre a história do local.
“Na rota norte, a gente vem fazendo trabalho há três, quatro anos. Alcinópolis, Costa Rica, Paraíso das Águas, Rio Verde, Coxim, temos divulgado para público interno e nacional”, afirma.
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