Referência nacional, infectologista de MS defende lockdown severo por 15 dias em Campo Grande
Com o cenário de colapso que Campo Grande enfrenta na pandemia, o infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Júlio Croda, recomendou lockdown por pelo menos 15 dias na cidade. “Sou a favor de um lockdown real, sem excessões, por pelo menos 15 dias”, disse. O profissional que ganhou destaque nacional com pesquisar e apontamentos científicos […]
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Com o cenário de colapso que Campo Grande enfrenta na pandemia, o infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Júlio Croda, recomendou lockdown por pelo menos 15 dias na cidade. “Sou a favor de um lockdown real, sem excessões, por pelo menos 15 dias”, disse.
O profissional que ganhou destaque nacional com pesquisar e apontamentos científicos sobre a pandemia, também é professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Então, Croda destaca que apenas o lockdown completo pode amenizar o quadro de superlotação e infecções.
Nesta quinta-feira (18), o prefeito Marquinhos Trad anunciou a semana do ‘fecha tudo’ na Capital. Assim, de 22 a 26 de março, a partir da próxima segunda-feira até sexta-feira, serão antecipados feriados dos dias 2 e 21 de abril, 3 de junho, 26 de agosto e 7 de setembro. Nestes dias, só poderão funcionar serviços essenciais durante 24 horas. Segundo o prefeito, o comércio que não se enquadra em serviço essencial não poderá abrir.
Entretanto, o infectologista destaca que é preciso fazer um “lockdown real, sem exceções”. Nas redes sociais, ele listou medidas que foram tomadas pela Prefeitura Municipal nas últimas semanas e não são suficientes para lidar com o cenário.
“Barreira sanitária não tem menor sentido. Campo Grande está entre as cidades com maior incidência no estado e já possui transmissão comunitária da P1. Não existe respaldo científico para desinfecção. Dinheiro jogado fora, definiu.
Lotação de UTIs e baixo isolamento
Campo Grande é a capital com menor índice de isolamento do Brasil. Na última quarta-feira (17) foram apenas 31,17% que seguiram a quarentena. Ou seja, quase 70% das pessoas estavam fora de casa na última quarta-feira.
Muito contrário deste baixo índice estão as ocupações de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em Campo Grande. Até às 18h desta quarta-feira (18), 105% destes leitos estava ocupados. Então, a cidade atende 292 pacientes em estado grave da Covid-19.
No entanto, são apenas 278 unidades existentes. Assim, 14 pessoas estão sendo tratadas de forma improvisada pela falta de leitos habilitados. Já nos leitos clínicos, a ocupação é de 85,43%. Então, 345 vagas estão ocupadas, das 405 unidades cadastradas.
Os dados são do Portal Mais Saúde, alimentado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde). Além disto, 110 pacientes estão aguardando vagas de UTI Covid-19 em Campo Grande. De acordo com a Secretaria, são 92 pacientes apenas da Capital que aguardam leito na própria cidade.
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