Projeto de lei enviado à Câmara Municipal de Campo Grande prevê normas para inclusão do método de ensino híbrido na Reme (Rede Municipal de Ensino). O sistema é caracterizado pela aprendizagem em aulas presenciais e também usando recursos digitais, com o ensino remoto. A ideia começa a ser adotada no mundo todo por causa da pandemia de coronavírus, ainda ativa.

Segundo o texto, de autoria do vereador Otávio Trad (PSD), a possibilidade de ensino à distância tem de abranger estudantes com ou sem internet, contudo, os que não têm, deverá informar à direção da escola para que possa ser disponibilizada aulas por meios alternativos, como TV, rádio, aulas gravadas em mídia de DVD ou pendrive.

Na justificativa, é citado que algumas realidades mudaram ‘de forma drástica’, por causa do coronavírus. “Não sendo possível apenas contornar a situação, mas desconstruí-la e recomeçar do zero, pois acredito que entramos na verdadeira revolução digital”. A suspensão das aulas presenciais ao longo de praticamente todo 2020 ressaltou ainda mais a diferença entre a rede pública e privada de ensino, completa. “Sendo esta dissonância uma questão social que é objeto de numerosos debates e políticas públicas”.

De fato, na rede particular a adaptação e possibilidade de aulas virtuais pareceu ser bem mais acessível. O EAD (Ensino à Distância) também já era realidade, ao menos em universidades e faculdades. Para o autor do projeto, essa diferença entre as redes de ensino é um dos maiores desafios atuais que, ‘sem sombra de dúvidas’, foi ampliado no cenário pandêmico.

O projeto de lei é fruto de ideia da professora Maria Helena Santana Reis, graduada em Pedagogia pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e especialista em educação especial, em organização do trabalho pedagógico do professor alfabetizador e em mídias na educação. Em 2003, a profissional foi vencedora do Prêmio Incentivo à Educação Fundamental, do MEC (Ministério da Educação).