Preço da gasolina e menos corridas fazem motoristas de aplicativo devolverem carros para locadoras

Motoristas não estão conseguindo arcar com os custos por conta do baixo rendimento

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Preço da gasolina, encontrada acima de R$ 5 em Mato Grosso do Sul, e a baixa demanda de corridas tem feito com que motoristas de aplicativos, que alugam carros para trabalhar, devolvam os veículos para as locadoras porque estão gastando mais do que rendendo nos apps de mobilidade urbana. Devido às devoluções, os pátios das locadoras estão cada vez mais cheios. 

Segundo Silvio Parron, da Visualiza Aluguel de Carros, em Campo Grande, a empresa teve um aumento de 20% nas devoluções. “Um motorista que veio entregar falou que tinha feito só sete corridas um dia inteiro. É muito pouco”, disse ao Jornal Midiamax.

A saída, contou ele, tem sido fazer negociações com os motoristas até a situação melhorar. “Muitas vezes é um pai de família e se você tirar o carro dele a situação vai piorar”.

Conforme Parron, as devoluções aconteceram principalmente nas últimas duas semanas. “O pessoal diz que não está suprindo; não está conseguindo pagar o aluguel dos carros e a gasolina”, revelou. 

O vendedor de uma locadora na Vila Duque de Caxias, que preferiu não ser identificado, explicou que a empresa tem feito promoções para atrair os motoristas de app. “É uma estratégia para não deixar os carros parados porque a gente também, de certa forma, sai no prejuízo. Então tem que estar bom para os dois lados, mas está bem difícil”, desabafou o funcionário. 

Poucas locações 

Além das devoluções feitas pelos motoristas de aplicativo, as locadoras de carros também estão enfretando uma diminução na procura dos clientes. “Semana passada para cá caiu 95% nosso ticket médio de balcão”, contou o empresário Flávio Vasconcelos, da Rally Locadora, que tem como público alvo turistas e empresas privadas contratadas pelo governo. 

Segundo ele, o agravamento da pandemia fez com que a procura diminuísse, já que as pessoas não estão mais viajando, seja para lazer ou a trabalho. Para efeito de comparação, Vasconcelos disse que no carnaval deste ano (época menos restritiva em MS) o movimento caiu 80% comparando com 2020 (quando a pandemia não havia chegado no Estado). 

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