Movidos pelo amor ao próximo e uma necessidade latente de cuidar da comunidade, diversos líderes comunitários, presidentes de bairro e lideranças locais se reuniram na Câmara Municipal de Campo Grande, nesta segunda-feira (20), para participar do 1º Prolic (Programa de Capacitação de Líderes Comunitários), que tem o objetivo de promover a capacitação e aperfeiçoamento em suas funções.

Para a agente de saúde Maura Rodrigues dos Santos, de 53 anos, ajudar o bairro se tornou um norte para a sua vida, mesmo não tendo um título formal de liderança. “Passei muita necessidade na infância por não ter um pai, mas tive ajuda de algumas pessoas. Quero retribuir essa ajuda para a comunidade”, disse ela.

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Maura Rodrigues dos Santos (Foto: de França / Jornal Midiamax)

Com 22 anos de trabalho comunitário na Vila Popular, a liderança de Maura levou à criação de um projeto de doações na região, arrecadando comida e itens domésticos para os mais necessitados “Eu comecei levando pirulito para as crianças. Hoje arrecado cama, fogão, alimentos e distribuo para quem precisa, às vezes, monto cestas básicas do meu bolso mesmo”, disse ela.

Para quem fundou a Associação do Clube de Mães do Bairro Vila Fernanda, a vontade de ser líder comunitária também foi forjada nas dificuldades da vida, com o desejo de melhora para a família e comunidade. “Eu fui mãe solteira de três crianças, não me via com muitas oportunidades. Quero mudar isso, buscar para as mães solteiras aquilo que eu não tive”, disse a diarista Jocilene Viana, de 37 anos.

Com um sentimento de urgência, Jocilene começou a desenvolver projetos sociais em 2011, trazendo oportunidades para as famílias da região. “Fui atrás de cursos profissionalizantes: design de sobrancelha, culinária, depilação. Também comecei a fazer doações de verduras e cobertores”, explicou.

Quando questionada sobre o investimento de tempo e dinheiro nessas atividades, exercendo um trabalho não remunerado, Jocilene explicou o motivo que a move é a forma de receber pelo trabalho. “O meu retorno é de gratidão, ver as pessoas que fizeram o curso começar a trabalhar e ganhar o seu sustento”, disse ela.

Busca por melhorias

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Jeane Freitas de Jesus (Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

Enxergando a falta de acesso à informação e aos espaços de que os moradores do bairro Tarsila do Amaral enfrentam, a merendeira Jeane Freitas de Jesus, de 30 anos, resolveu ingressar no meio comunitário. “A partir do momento que eu vi as pessoas passando muita necessidade, às vezes, por uma informação que ela não tinha acesso, por não saber pedir uma cesta básica no CRAS”.

Desde 2020, Jeane luta por melhores condições de vida para sua família e os moradores do bairro, organizando cursos e ações. “Quero proporcionar coisas melhores para os meus filhos e para a comunidade. Teve uma senhora que não tinha expectativas, hoje ela é merendeira com qualificação. Algumas pessoas que pediam doações, hoje estão trabalhando e ajudando o projeto no final de semana”, finaliza.