Quem depende do transporte coletivo em Campo Grande vive um grande martírio. As reclamações acabam tendo origem no mesmo problema: a falta de ônibus suficientes para atender a demanda. Usuários relatam se atrasar para o serviço, enfrentar linhas lotadas, gastos com aplicativos de transporte e até perder oportunidade de trabalho.

Moradora na região do Vespasiano Martins, Márcia Loza diz que já perdeu até oportunidade de trabalho por causa da falta de ônibus no bairro. “No meu bairro passava ônibus até 23h, agora passa até 19h30. Nem serviço posso arrumar, pois já penso que não vai ter ônibus para voltar para casa”, lamenta a mulher, que atua como auxiliar de cozinha de restaurante.

“Já perdi muitos trabalhos por causa da falta de ônibus”, desabafa a auxiliar de cozinha de restaurante, Márcia Loza.

Na noite de sábado (23), trabalhadores ficaram sem ter como voltar para casa devido à falta de ônibus. Muitos tiveram que desembolsar para pedir um carro de aplicativo. Uma trabalhadora disse que o problema é recorrente no ponto do Shopping Campo Grande. “No domingo passado, já teve o problema de mudarem os horários dos ônibus e não houve nenhum aviso prévio. Então, ônibus marcados para passar um certo horário, simplesmente não apareceram, mas mostrava nos aplicativos que tinha passado”, informou.

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Ponto do Shopping Campo Grande com dezenas de trabalhadores esperando ônibus – que saiu lotado de lá.

Mais transtornos

Para Neusa da Silva, que trabalha com serviços gerais, a situação é revoltante. “Faz dias que está assim, as pessoas entram no ônibus amontoadas, afinal, todo mundo quer ir para o serviço, ninguém quer ficar para trás. Não tiro a razão das pessoas que querem trabalhar, porque se chegar atrasado no serviço é cobrado”, relatou. Ela informa que antes passavam três ônibus da linha 106, mas com o Toque de Recolher, o Consórcio Guaicurus retirou dois de circulação e apenas um veículo leva os passageiros que seriam levados em outros horários.

A trabalhadora relata ainda o descaso ao reclamar. “Quando vamos cobrar uma explicação do fiscal, ele responde que se não estamos contentes, deveremos pedir um carro de aplicativo”, comenta Neusa. “O 075 também não tem nem como mover o pé, de tanta gente”, finaliza.

O técnico em ar condicionado, Fagner Teixeira Fernandes, filmou uma manhã comum em sua ida ao trabalho, na linha 087, que faz o trajeto do Terminal Guaicurus ao Terminal General Osório. “O que dizer sobre isso,  quando só se fala em isolamento”, questionou.

A reportagem procurou o Consórcio Guaicurus, mas a empresa não respondeu até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.

Veja o vídeo:

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