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Cotidiano

ONG aponta Bonito com maior desmatamento de Mata Atlântica do país; Imasul diz que dado não é oficial

Segundo atlas, cidade teria desmatado mais de um campo de futebol por dia
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Nascentes e o curso d'água do Rio Formoso
Nascentes e o curso d'água do Rio Formoso

Conhecida pelo ecoturismo e por atrair visitantes do mundo todo, lidera o ranking brasileiro como a cidade que mais desmatou a Mata Atlântica entre 2019 e 2020, segundo estudo divulgado nesta semana. A cidade sul-mato-grossense, localizada a 300 km da Capital, teria desmatado 416,1 hectares no período, o que corresponde a mais de um campo de futebol por dia. O (Instituto de de ) alega que as informações divulgadas no estudo não correspondem aos dados oficiais do Estado. 

Os dados foram divulgados no Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, estudo feito pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Ao todo, existem 39.981 hectares de Mata Atlântica em Bonito, o que corresponde a 59 mil campos de futebol ou 8,1% da vegetação original no município. 

O promotor Alexandre Estuqui Junior, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Bonito, explica que percebeu que houve um aumento de denúncias de desmatamento da Mata Atlântica no município. Em quatro anos à frente da promotoria, ele explica que percebeu aumento de denúncias principalmente no último um ano e meio, o que se intensificou ainda mais no fim do ano passado. “Realmente, de outubro para cá foi quando eu recebi mais denúncias, eu não lembrava de ter recebido tantas em outras épocas”, afirma. Com a divulgação dos dados e Bonito no topo do ranking, o titular da 2ª Promotoria de Justiça de Bonito explica que instaurou um procedimento para apurar os casos de desmatamento na cidade e os motivos da supressão da mata. 

O diretor de Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto, o principal problema é a falta de fiscalização. “Os governos precisam fazer valer a Lei da Mata Atlântica, que não permite a conversão de áreas florestais avançadas, e garantir o desmatamento ilegal zero por meio do combate às derrubadas não autorizadas”, explica. 

Ainda segundo dados do relatório, Mato Grosso do Sul está entre os estados que mais desmataram a Mata Atlântica. O Estado fica em quinto na lista, atrás somente de Minas Gerais, Bahia, Paraná e Santa Catarina. 

Bonito lidera o ranking do desmatamento da Mata Atlântica, seguido pela cidade de Águas Vermelhas (MG), Wanderley (BA), Montalvânia (MG) e Pedra Azul (MG). Há outra cidade sul-mato-grossense no ranking, aparece em oitavo lugar, com 219 hectares desmatados. Ao todo, ainda existem 25.351 hectares de Mata Atlântica na cidade de Miranda, o que corresponde a 33 mil campos de futebol. 

Para o diretor de conhecimento da fundação, a redução das áreas verdes faz com que as cidades se tornem cada vez mais quentes e ainda ameaçam a disponibilidade e qualidade da água. Segundo Luís Fernando, a situação é ainda mais preocupante para a cidade de Bonito, já que coloca em risco o turismo, que move a economia da cidade. 

Dados são questionados

Com Bonito na liderança do ranking, o Imasul informou que vai averiguar as informações divulgadas pela Fundação, mas antecipa que os dados não correspondem com os dados oficiais do Estado.

“O Imasul esclarece que o levantamento feito pela citada ONG não está baseado em dados oficiais, não se orienta pelo mapa de aplicação da Lei de Proteção da Mata Atlântica, pois adota outros critérios, identifica outras áreas fora da limitação do mapa que foi estabelecido pela legislação. Também não faz o cruzamento de dados com autorizações emitidas pelos órgãos ambientais. A Lei de Proteção da Mata Atlântica traz permissões de supressão em casos especiais, como obras de utilidade pública de interesse social”, informou em nota. 

O promotor Alexandre Estuqui Junior também comentou sobre os dados e aponta que nem sempre as informações dos mapas correspondem à realidade. “Muitas vezes [o mapa] fala que ali é Mata Atlântica e não é. O contrário também acontece”.

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