O novo alvo de criminosos em Campo Grande são os hidrômetros. Os relógios de leitura de água são visados pelo material valioso que possuem em sua estrutura: o cobre. Assim, o furto desses equipamentos está aumentando e tirando a paz de moradores.

É o caso de Adrielli, 28, que trabalha como autônoma. Ela mora no Jardim Itália e teve o hidrômetro furtado duas vezes somente esta semana. “Na quarta-feira, 6h, meu marido saiu para trabalhar e percebeu que estava sem relógio. Ontem, a Águas Guariroba trouxe outro relógio à tarde. Quando foi hoje [sexta] de manhã, saímos e cadê o relógio novo? Já tinha sido roubado de novo”, lamenta.

A moradora reclama dos transtornos e prejuízos financeiros que o crime deixou. “Complicado que vou ter que fazer outro boletim de ocorrência, mas só com o boletim eu não pago a multa, mas tenho que pagar o novo hidrômetro que eles vão instalar. E foi um dia de diferença de um furto para o outro”, diz.

As informações levantadas dão conta de que na semana pelo menos outros 40 moradores tiveram o medidor furtado.

Onda de furtos

Somente esta semana, o Jornal Midiamax noticiou dois casos em que os criminosos fizeram o ‘limpa’ nas regiões do Bairro Flamboyant e no Centro de Campo Grande.

Nos dois casos, os ladrões furtaram os equipamentos de vários imóveis. No 1º caso, três moradores relataram ter ficado sem fornecimento de água por conta dos furtos, mas havia reclamações de ao menos 10 casos no bairro Flamboyant.

No Centro, a situação é a mesma. Uma moradora na Rua 14 de Julho relatou que o imóvel onde mora e estabelecimentos vizinhos sofrem com esse tipo de crime. No local, os moradores ainda convivem com furtos constantes de fios da rede elétrica.

Morador teve prejuízos com furtosHidrômetro furtado no Centro no fim de semana e fios furtados dias antes no mesmo imóvel – Foto: Leitor Midiamax

Material valioso

O motivo para o interesse dos criminosos nesse tipo de equipamento é o alto valor dos componentes da estrutura do hidrômetro e da facilidade para vendê-los.

Utilizado na produção de materiais condutores de eletricidade (fios e cabos), além de ligas metálicas como latão e bronze, o cobre pode chegar a custar R$ 90 o quilo no mercado. Além disso, a facilidade em vender o material é um grande atrativo para os bandidos, que procuram discrição. 

Leilão chamou atenção

Em dezembro do ano passado, a Sanesul (Empresa de Saneamento de MS) realizou leilão com lote de 46 toneladas de hidrômetros com lance inicial em R$ 880 mil.

O lote atraiu grandes compradores de reciclagem e sucatas de todo o país.

Lote tem 46 toneladas de hidrômetros e chamou atenção de empresas de sucatas. (Foto: Reprodução)