Apesar de muitas reivindicações dos usuários e de lucro milionário do Consórcio Guaicurus, empresa que detém o transporte coletivo em Campo Grande, os problemas seguem ‘eternamente’ sem solução. Ainda em período de pandemia e com frota de ônibus reduzida, os usuários enfrentam lotação e atrasos constantes.
Estando diariamente nos ônibus, “gastando” quase três horas do dia em viagem de casa ao trabalho e vice-versa, Marisa Gomes, de 34 anos, afirmou que as lotações são constantes, que nunca existiu controle da quantidade de passageiros efetivamente no transporte.
“Esse terminal [Aero Rancho] e o Bandeirantes são insuportáveis. Pego ônibus todos os dias para ir trabalhar e voltar para casa e o passageiro vai amontoado, igual bicho”, disse a auxiliar de lavanderia.

A moradora pontua que o pior dia para usar o transporte público na Capital é aos domingos. “Aos domingos tenho que pagar três passes quando vou trabalhar. Pego três ônibus para o trabalho e com a demora, não dá tempo de fazer a integração”, comentou, afirmando que a solução seria melhorar a frota.
Márcia Catalano, de 44 anos, faz uma verdadeira peregrinação para chegar ao trabalho todos os dias. A diarista ‘pega’ quatro linhas pela manhã: 108 (Los Angeles), 68 (Moreninhas – Terminal Morenão), 70 (General Osório) e 71 (Bandeirantes – Julio de Castilho).
“O passe tem hora que não faz integração pela demora. Antes eu gastava um passe para vir, agora gasto três. Está ficando apertado [financeiramente]. É um descaso”, pontuou Márcia.
Horário de pico
O horário de pico é um verdadeiro pesadelo para os trabalhadores. Sandra Cristina, 53 anos, contou para a reportagem que até nos horários de maior fluxo de passageiros, os atrasos e pouca quantidade de ônibus é o que prevalece.
“Horário de pico é o pior. Vai enchendo de gente, o pessoal vai entrando, nesses horários você sobe nos ônibus bem cheio. Aí atrasa e o próximo ônibus sai do terminal mais cheio ainda”, afirma.
As tabelas com horários disponibilizadas nos terminais nunca conferem com a realidade e os passageiros nem perdem mais o tempo conferindo. “Sempre muito cheio em horário de pico. Os ônibus saem dos bairros cheios, chegam no terminal e saem cheios. Tem as TVs que mostram os horários, mas sempre atrasa”, comentou Cleisson Souza, de 19 anos auxiliar de produção.
