As obras do corredor exclusivo de ônibus na Avenida Marechal Deodoro têm deixado comerciantes e moradores da região insatisfeitos com as obras. As reclamações são semelhantes para quem passa pela rua Brilhante, que teve o corredor de ônibus, com pontos no meio da via, entregue no ano passado.

Ricardo Oliveira, proprietário de uma vidraçaria em frente à construção de uma estação de embarque, diz que, na opinião dele, não há necessidade das obras. Ele comenta que, após a conclusão, moradores do bairro terão dificuldades de acesso às plataformas destinadas ao embarque de passageiros no corredor.

“Isso vai causar acidentes, eu achei muito ruim. Nos condomínios daqui de perto moram crianças e idosos. Como eles irão embarcar ali? Vai ter semáforo? Perdemos uma faixa e o acostamento, isso pode impactar no trânsito da região. Para a gente sair daqui, temos que subir na rua lateral e dar a volta na quadra de cima. O próximo prefeito que ganhar as eleições vai quebrar tudo isso aí e nós vamos continuar sem árvores”, afirmou Oliveira.

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Obras ficam em frente ao comércio local – (Foto: Felipe Ribero/Midiamax)

O dilema com as árvores também é relatado por outro comerciante, que não quis identificar-se. “O impacto já está sendo o ambiental. Derrubaram várias árvores do canteiro, umas 16. Isso já é um prejuízo. Eu acho que os recursos deveriam ir para outras áreas mais carentes, como a da saúde. Vejo isso como uma obra desnecessária”, avaliou o proprietário de uma loja de móveis.

O que diz o município

De acordo com a prefeitura, o objetivo da instalação de corredor de ônibus nas vias da cidade é facilitar o tráfego do transporte público que, atualmente, tem uma velocidade média de 15 quilômetros por hora. Com a nova estrutura, os ônibus terão um ganho de 62% de rapidez.

Segundo a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), o andamento do recapeamento da avenida já está 80% concluído. A obra está com a drenagem sendo finalizada e as paredes de proteção das estações de embarque estão sendo construídas.

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Paredes de proteção das estações estão sendo construídas – (Foto: Felipe Ribero/Midiamax)

Com o custo de R$ 11,2 milhões, a expectativa é que a obra seja finalizada em até 6 meses. Os recursos são oriundos de um financiamento contratado em 2012 pela prefeitura e também contemplam capital próprio. Questionada sobre o estado dos trabalhos no local, a Engepar, empresa responsável pela construção, informou que o projeto está seguindo conforme planejado.

“As obras estão a todo vapor no corredor, estão adiantadas. Agora, existe uma questão que impacta também, que é a financeira. Todas as obras estão sendo impactadas. As construtoras estão sofrendo com isso. A inflação está muito alta e os materiais estão mais caros”, avaliou Laércio Gutierrez, engenheiro da empresa, responsável pelo contrato da avenida Marechal Deodoro.