Negociação direta com dono barateia aluguel, mas pode terminar em briga e prejuízo em MS

Com burocracia, inquilinos e donos de imóveis nas regiões periféricas têm evitado intermediações

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"Lá na frente terá prejuízo”
"Lá na frente terá prejuízo”

Com a crise econômica e o preço de quase tudo nas alturas, muitos têm buscado economizar da maneira que podem em Mato Grosso do Sul. Para conseguir um desconto no aluguel, moradores buscam por anúncios nas redes sociais ou no boca a boca para fazer o acordo diretamente com o dono do imóvel. A princípio, a negociação direta oferece vantagens, mas também há riscos. O trato pode acabar em prejuízos e até em brigas.

Quem já alugou uma casa ou apartamento por imobiliária, sabe que não é fácil. Há muita burocracia, uma série de documentos e comprovantes de renda para apresentar, além de precisar de fiadores ou seguro-fiança. Com tantos empecilhos, a negociação direta com o dono do imóvel parece mais fácil e rápida, além de uma vantagem inegável: sai mais barato. 

Para quem está em busca de um local para alugar, é preciso considerar as vantagens e desvantagens. Enquanto a negociação direta traz economia, também há insegurança. O presidente do Secovi-MS (Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul), Marcos Netto, diz que a negociação direta pode acabar prejudicando ambos os lados. 

“Geralmente, o acordo é feito entre conhecidos, amigos, que depois acabam virando inimigos. Cada um puxa a sardinha para o seu lado, enquanto a imobiliária faria a mediação desse conflito. É um conflito natural, são interesses antagônicos”, afirma. 

Netto explica que, geralmente, a negociação direta não conta com uma assessoria técnica e jurídica especializada, o que pode gerar insegurança e prejuízos. Para o inquilino, não há garantias, além de enfrentar problemas na hora de reajustar o aluguel e a falta de segurança jurídica que um bom contrato exige. “Essa insegurança afeta a família inteira, até porque se trata do lar daquelas pessoas”. 

Para o especialista, dispensar uma intermediação é o ‘barato que sai caro’. Ele explica que a negociação direta também traz riscos para os proprietários, já que não há como cobrar em caso de inadimplência. Além disso, não há garantias e ocorrem problemas com as vistorias. Em suma, o trato informal pode dar muita dor de cabeça. 

“Um problema muito comum é a vistoria do imóvel. Você entrega e, quando recebe, não tem exigências. Não sabe o que foi feito, o inquilino entrega sem pintura e cheio de problema de manutenção. Parece uma economia no começo, mas tudo que ele recebeu, é gasto depois. Ele acha que está ganhando, mas lá na frente terá prejuízo”. 

Não caia em ‘cilada’

Para evitar prejuízos e confusões, há alguns cuidados que podem evitar problemas ao alugar um imóvel. Um cuidado importante é verificar a documentação do local que deseja alugar, além de elaborar um contrato detalhado para resguardar direitos e deveres. 

A vistoria também não pode ficar de fora. Ela é essencial para se resguardar de qualquer problema já existente no imóvel. Caso não tenha um profissional especializado, busque ao menos registrar os cômodos da casa com fotos e vídeos, mostrando detalhes das condições do imóvel. 

Com relação aos reajustes no valor do aluguel, o contrato deve especificar o indicador que será utilizado para os reajustes anuais. Por fim, mantenha uma boa relação com o dono do imóvel, para evitar problemas, como a quebra do contrato. 

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