Mato Grosso do Sul está entre os cinco estados do país que abriram 2021 com os níveis mais críticos de ocupação de leitos. O estado aparece ao lado do , Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina como uma das federações com mais de 80% na taxa de ocupação em UTIs (Unidade de Terapia Intensiva), conforme levantamento feito pela revista Época.

De acordo com levantamento em reportagem da Revista Época, Mato Grosso do Sul ainda é o estado com as piores taxas, pois atualmente tem 95% das vagas em leitos públicos preenchidas nos hospitais. Na rede privada, a taxa de ocupação em MS chegou a 91%.

Em , existem 267 leitos de UTI pelo sistema público. Mas na região metropolitana não há sequer uma vaga disponível para internação por pelo SUS. O excedente da capacidade é direcionado a leitos ainda não habilitados pelo SUS, mantidos pelas secretarias municipais e estadual de saúde.

Mato Grosso do Sul possui 134.750 casos confirmados de Covid-19 e 2.347 pessoas já morreram em virtude da doença. Nas 24 horas que antecederam a divulgação do boletim epidemiológico, a Secretaria Estadual de Saúde registrou 30 mortes de pessoas contaminadas pelo coronavírus.

A Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul informou, em nota, que apesar de cumprir todas as estratégias desenvolvidas para o enfrentamento à pandemia, “a situação nas últimas semanas é preocupante, pois a circulação do vírus da Covid-19 segue ativo no Estado, com crescimento exponencial da doença”.

De acordo com a secretaria, Mato Grosso do Sul registra atualmente médias móveis de 1.100 casos confirmados e 25 óbitos por dia. Na primeira semana de 2021, o governo estadual espera disponibilizar mais 10 leitos de UTI no Hospital Universitário da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande, e mais 10 leitos de UTI no município de Três Lagoas. Mas não há perspectiva de criação de novas vagas além dessas 20 anunciadas para janeiro.

Situação em outros estados

O aumento de casos e óbitos no Amazonas preocupa as autoridades locais. Em , voltaram a formar filas para enterrar vítimas da doença nas portas de cemitérios, hospitais instalaram tendas para atender pacientes com suspeita da doença e uma unidade hospitalar chegou a adaptar o almoxarifado para criação de novas vagas.

O Amazonas chegou ao último dia do ano com 85,48% dos leitos públicos de UTI ocupados. Sem o mesmo padrão de uma UTI mas também destinadas a pacientes em estado crítico, as salas vermelhas, equipadas com respiradores, estavam com 100% de ocupação em 31 de dezembro.

A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas afirmou, em nota, que não tem medido esforços no trabalho de ampliação dos leitos exclusivos para pacientes com Covid-19 e que criou um plano de contingência para conter o recrudescimento da pandemia no estado.

“Antes do plano, a secretaria contava com 130 leitos de UTI e 327 leitos clínicos. Agora são 247 leitos de UTI e 715 leitos clínicos. Para isso, a secretaria realizou a reorganização da rede estadual de saúde, redefinindo os perfis das unidades como Hospitais e Pronto-socorros”, diz a nota.

Em Pernambuco, a taxa de ocupação de leitos de UTI era de 81% no último dia do ano passado. A situação é grave diante do aumento no número de casos confirmados de Covid-19. Na quarta-feira (30), o estado bateu o recorde de confirmações desde o início da pandemia, com 2.512 novos infectados em um único dia. Com poucas vagas de UTI disponíveis, o governo do estado anunciou na semana passada a abertura de 30 novos leitos. A expectativa é de que eles estejam em funcionamento na próxima semana.

“Quando analisamos o número de pacientes internados em leitos de UTI na rede pública de saúde, ainda vemos uma situação que nos causa preocupação. Atualmente, são cerca de 760 pacientes internados. Há 15 dias, eram 750. Portanto, ainda vivemos um momento que requer atenção e o reforço na adoção de cuidados, porque nossas atitudes serão determinantes para os indicadores das próximas semanas”, afirmou o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, na ocasião da divulgação dos dados.

Com 12 das 16 regiões de saúde em alerta gravíssimo para o risco de contaminação, Santa Catarina estava com 91,9% dos leitos de UTI para Covid-19 ocupados. Das 1.509 vagas disponíveis pelo SUS, apenas 273 estavam disponíveis em 31 de dezembro. No Rio Grande do Sul, a taxa de ocupação dos 2.640 leitos de UTI disponíveis nas redes pública e privada era 80,3%. Esse percentual corresponde a 520 vagas para internação em unidades de terapia intensiva.