Morre paciente Covid com suspeita de fungo negro em Campo Grande
Caso é o primeiro com suspeita da doença em todo o MS
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Morreu, na tarde desta quarta-feira (2), o paciente de 71 anos com Covid-19 e suspeita de fungo negro, que estava internado com quadro grave, no Hospital Adventista do Pênfigo, em Campo Grande (MS). O óbito foi confirmado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
O idoso apresentou os primeiros sintomas da Covid-19 em 9 de maio, mas apenas no dia 18 daquele mês teve diagnóstico positivo para a doença, sendo internado em sequência. No dia 28 de maio, já hospitalizado no Pênfigo, começou a apresentar sintomas do fungo negro no olho esquerdo, tais como hemorragia, lesão e inchaço.
Diante da suspeita para a mucormicose, o hospital notificou a Sesau sobre o risco de periculosidade do caso, que é acompanhado pelas autoridades municipais e estaduais. O paciente chegou a ter vaga regulada para um outro hospital, mas devido ao estado de saúde, não pôde ser transferido, vindo a óbito antes de melhorar o quadro de saúde.
1ª suspeita de Fungo Negro em MS
O primeiro caso suspeito foi relatado na última segunda-feira (31), quando o CIEVS (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde) recebeu notificação de Campo Grande sobre um caso suspeito de fungo negro.
De acordo com o boletim da CIEVS, em 28 de maio o idoso “apresentou suspeita de mucormicose no olho esquerdo com equimose palpebral intensa e lesão necrótica superior poupando a borda, apresentando quemose conjuntival sanguinolenta e úlcera corneana”. Sobre a evolução clínica do paciente, o boletim informou, naquela ocasião, que ele está “instável hemodinamicamente, sem condições para transferência para instituição de maior complexidade”.
Sobre a doença
Desde o início de maio, médicos na Índia começaram a registrar aumento de casos de mucormicose, que é uma infecção rara, conhecida como fungo preto. Os infectados eram pacientes com coronavírus ou que tinham se recuperado da covid recentemente. Segundo especialistas, isso acontece porque o sistema imunológico foi enfraquecido pelo vírus, ou seja, o paciente tem imunidade baixa.
A SES destaca que a “mucormicose geralmente ocorre em pessoas que têm comorbidades ou utilizam medicamentos que diminuem a capacidade do corpo de combater algumas doenças”. O avanço da doença pode causar sintomas que se iniciam com dor orbital unilateral ou facial súbita, podendo conter obstrução nasal e secreção nasal necrótica.
“Há a possibilidade de ocorrer lesão lítica escura na mucosa nasal ou dorso do nariz, celulite orbitária e facial, febre, ptose palpebral, amaurose, oftalmoplegia, anestesia de córnea, evoluindo em coma e óbito”, informa o comunicado. Quando avançada a doença, o tratamento envolve remover cirurgicamente todos os tecidos mortos e infectados.
“Em alguns pacientes, isso pode resultar em perda da mandíbula superior ou às vezes até mesmo do olho”. Para cura são necessárias de 4 a 6 semanas de terapia antifúngica intravenosa. Por afetar várias partes do corpo, “o tratamento requer uma equipe de microbiologistas, especialistas em medicina interna, neurologistas intensivistas, oftalmologistas, dentistas, cirurgiões e outros”.
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