Médicos denunciam falta de medicamentos e até insumos básicos de higiene no HRMS ( Regional de Mato Grosso do Sul), que comprometem a assistência a pacientes e aumenta a mortalidade entre os internados com covid no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do hospital.

O documento lista 23 antibióticos que estão em falta no hospital e cita que são essenciais para o tratamento de infecções hospitalares. “Muitas vezes, os tratamentos são interrompidos por desabastecimento, gerando resistência bacteriana”, citam os médicos.

Há ainda a falta de outros medicamentos importantes no tratamento dos enfermos como inibidor de bomba de prótons, antipsicóticos e até de insumos básicos como seringas, equipe fotossensível e frasco para hemocultura. A escassez de recursos “não permite que o paciente seja tratado adequadamente, aumentando a mortalidade”.

A denúncia relata o esforço das equipes médicas para atender aos pacientes, mesmo em condições desfavoráveis. “Externamos profunda indignação pela falta de condições de trabalho, seja por escassez frequente de medicações, insumos básicos e recursos humanos. Temos oferecido o mínimo possível para a dignidade do ser humano, porém não o suficiente para atender as necessidades do doente”.

A equipe de médicos se diz ciente das dificuldades para a compra de medicamentos como a Polimixina, mas completa que mesmo com o abastecimento temporário de medicamentos fornecidos pela SES-MS (Secretaria Estadual de Saúde), não são suficientes para completar o tratamento dos pacientes.

Outro lado

Em nota, a SES negou que haja falta de insumos básicos. “A Secretaria de Estado de Saúde informa que os insumos básicos como luva estéril, agulhas, ataduras, gaze, álcool 70% não estão em falta”.

Ainda em nota, a SES afirma que está dando o “suporte necessário para os pacientes internados em leito de UTI”.

Já em relação aos antibióticos, a secretaria diz que estão em falta em todo o país “por falta de importação de matéria prima. Essa falta está ocorrendo no mundo todo, pois todos os lugares do mundo estão utilizando esses antibióticos”, informa.

Já para os demais medicamentos, a SES garantiu que os processos para compra estão em curso. Porém, informa que “as empresas responsáveis pela importação dos remédios no Brasil enviaram documento avisando na falta mundial do insumo e com isso o atraso na entrega das compra já realizadas”.

Por fim, a SES informou que para não aprar os tratamentos aos pacientes devido ao desabastecimento de medicamentos, “Hospital regional está utilizando tratamentos similares no paciente. Os pacientes estão recebendo todos os medicamentos necessários”, conluiu em nota.