Líder indígena que foi candidata à vice-presidência da República lamenta morte de menina de MS

Sonia Guajajara é professora de ensino fundamental e participou da chapa de Guilherme Boulos (PSOL) ao Palácio do Planalto na eleições de 2018

Arquivo – 12/08/2021 – 14:25

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Sonia Guajajara, líder indígena que foi candidata à vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos (PSOL), em 2018, utilizou as redes sociais para lamentar o brutal assassinato da menina de 11 anos, moradora da Reserva Federal de Dourados, em Mato Grosso do Sul, que foi jogada viva de um penhasco depois ter sido vítima de um estupro coletivo. O crime aconteceu na madrugada do dia 9 de agosto.

Ativista em defesa das causas indígenas, em especial das mulheres que são vítimas de abuso sexual, a professora de ensino fundamental publicou post nas suas redes sociais onde pede: “Parem de matar o corpo e futuro de nossas crianças e jovens. Exigimos justiça”, em referência direta ao caso da menina morta na Reserva de Dourados.

Em outra postagem ela também fez críticas às autoridades pela omissão em relação à violência praticada contra crianças das comunidades. “O silêncio brutal. Diante do estupro e assassinato de meninas indígenas”, mencionando também o caso de Daiane Kaingang, assassinada no Rio Grande do Sul.

“Não podemos nos calar! Por Justiça,  lutamos. É imperativo que todas as organizações indígenas, líderes, dirigentes políticos e sociedade civil em conjunto lutem contra toda e qualquer violência contra mulheres indígenas, exigimos Justiça por Raíssa e Daiane”, protesta a líder indígena.

Entenda o caso

Segundo informações apuradas pela polícia, a criança morava com tio que estava dormindo, bêbado, quando Raíssa foi arrastada pelos adolescentes por volta de 22 horas de domingo (8). Em seguida, ele teria saído para procurar a sobrinha e, quando a encontrou, no momento em que ela estava sendo estuprada, decidiu participar do crime.

“Ao que se sabe ela estava gritando e pedindo ajuda. O tio chegou ao local quando tudo já estava ocorrendo”, afirmou o delegado Erasmo Cubas. À reportagem do Midiamax, Arévalo confirmou que acabou participando do estupro coletivo e que já abusava da menina desde os cinco anos.

Os cinco envolvidos no crime também disseram à polícia que a menina gritava por socorro e chegou a desmaiar. Ao recobrar a consciência, os autores contaram que a menina voltou a gritar, momento em que decidiram jogar a garota do penhasco. “A gente resolveu jogar ela para que não contasse nada a ninguém”, disse o tio da menina ao Midiamax.

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