Intolerância entre evangélicos e rezadores cresce em aldeia de MS e exige intervenção federal

MPF instaurou procedimento para acompanhar ‘medidas de pacificação’

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Imagem mostra rezadores dos povos Guarani e Kaiowá
Imagem mostra rezadores dos povos Guarani e Kaiowá

O MPF-MS (Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul) instaurou procedimento administrativo para acompanhar medidas de “pacificação” entre rezadores e evangélicos na aldeia indígena Jaguapiré, localizada em Tacuru, a 416 quilômetros de Campo Grande. A intolerância entre ambos tem aumentado e o risco de conflito religioso é iminente.

Segundo edital assinado pela procuradora da República Paloma Alves Ramos, o objetivo do procedimento é acompanhar a implementação de ações que conduzam as partes à pacificação social, em especial quanto à fixação dos horários dos cultos e ao volume do som utilizado. 

Para tanto, serão “reconhecidos e protegidos os valores, práticas sociais, culturais, religiosas e espirituais próprias dos povos e que deverão ser adotadas as medidas especiais que se fizerem necessárias para salvaguardar as pessoas, as instituições, os bens, as culturas e o meio ambiente dos povos interessados”.

Desavença

Relatório técnico realizado pelo MPF constatou a existência de intolerância recíproca entre indígenas rezadores e evangélicos. Os rezadores, em linhas gerais, representam um tipo de liderança espiritual e conduzem rezas, rituais e outras manifestações religiosas baseadas nas antigas crenças de seus povos. Portanto, neste sentido, têm uma concepção diferente dos evangélicos.

De acordo com o MPF, a principal reclamação por parte dos rezadores é quanto ao volume do som dos cultos evangélicos, bem como à utilização de palavras pejorativas que tentam desmerecer rituais tradicionais indígenas e seus praticantes. Neste sentido, a promotora busca uma conciliação entre as partes, a fim de garantir a ordem social e o direito de todos.

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