Faltam poucos dias para o Carnaval e o Governo do Estado definiu na tarde desta quarta-feira (3) que não irá cancelar o ponto facultativo em Mato Grosso do Sul, diferente da prefeitura de , que manterá expediente normal nos dias do festejo a fim de evitar incremento nos números da pandemia.

O cancelamento do feriado foi uma sugestão da SES (Secretaria de Estado de Saúde), para evitar aglomerações e a transmissão do coronavírus. Todavia, o governador (PSDB) afirmou não acredita que a liberação dos 40 mil servidores influencie no aumento da contaminação e ignorou a orientação da SES.

Infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Julio Croda afirma que o Governo do Estado deve dar o exemplo e fazer a sua parte na de coronavírus. Apesar de 40 mil servidores representarem um número pequeno em comparação com a população de MS, o infectologista explica que um dia normal de trabalho favorece menos aglomerações do que um dia de folga.

“Não tem impacto na transmissão, mas é importante qualquer gestor dar exemplo”, pontuou Croda.

Quando a SES recomendou cancelar o ponto facultativo do Carnaval, o secretário Geraldo Resende disse que a medida seria importante para evitar aglomerações e que moradores deixem suas cidades e até visitem outros estados da federação, correndo o risco de propagação de nova cepa do vírus. “Um prolongado agora só servirá para levar mais aglomerações. Lá atrás, desde a primeira onda, passamos por isso”, afirmou em entrevista na última quinta-feira (28). 

A preocupação neste momento da pandemia é que os servidores aproveitem o ponto facultativo em viagens a passeio ou aglomerações. O pesquisador da Fiocruz aponta que viagens favorecem a contaminação pelo coronavírus.

“Qualquer viagem favorece mais a transmissão porque tem novos contatos. Acho que diminui transmissão de forma ampla”, disse sobre a recomendação da SES em cancelar o ‘feriadão'.

Cidades do interior avaliam cancelar feriado

A Assomassul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) ainda avalia o cancelamento do ponto facultativo do Carnaval (nos dias 15, 16 e manhã do dia 17). “Ainda não conversei com a direção executiva, não tomamos uma decisão. Mas estamos em discussão. Devemos seguir o Estado”, disse o presidente Valdir Júnior (PSDB). 

No entanto, ele acredita que, eventual decisão do Governo de MS, não deve, necessariamente, se sobrepor aos decretos municipais. Isso porque, se houver manutenção da folga por parte do Executivo, a medida abrangerá servidores estaduais, enquanto os municipais dependeriam de determinação de suas prefeituras.