Funcionários de vários setores da Santa Casa de reclamam de tirar férias e não receber adiantamento do recesso desde o mês de dezembro do ano passado. Servidores chegaram a procurar o RH (Recursos Humanos) do , sendo informados que não há previsão para pagamento do direito.

Pelas leis trabalhistas brasileiras, um terço do salário mais a antecipação do mês seguinte têm que ser pagos até dois dias antes do início das férias. Além disso, na nova interpretação do Tribunal Superior do Trabalho, o funcionário que sair sem receber a remuneração tem direito de receber o dobro dos valores.

“A equipe do RH repassou a informação de que a Santa Casa tem consciência da legislação, mas assumiu o risco. Outra informação do departamento é que o valor será parcelado proporcionalmente”, disse uma funcionária, que preferiu não se identificar.

Em resposta, o hospital informou que não recebeu todos os valores contratuais que estão atraso por parte da Prefeitura da Capital, por conta disso, não foi possível pagar as férias dos profissionais no mês de dezembro de 2020.

“A diretoria corporativa e financeira estão empenhadas para que esta situação seja resolvida o quanto antes. Assim que os valores forem pagos ao hospital, repassaremos os valores devidos aos funcionários”, ressaltou o comunicado.

A prefeitura disse, em nota, que o repasse para o hospital está sendo feito regularmente. “Recentemente a Santa Casa recebeu recurso extra de R$ 11 milhões. O hospital recebe aproximadamente R$ 24 milhões por mês”, finaliza.

Ano de crise

Durante 2020 e somada ao atendimento de suporte, aos hospitais que atuavam no tratamento contra o , a Santa Casa registrou superlotação nos setores, principalmente de ortopedia, chegando a alocar pacientes nos corredores do hospital, além de restringir o atendimento apenas para casos de urgência e emergência.

Ainda em dezembro, decidiram paralisar as atividades até receberem o pagamento do 13º salário. Cerca de 200 profissionais protestam em frente ao hospital na manhã do dia 22.

Nesta manhã desta quarta-feira (6), diretores se reuniram para discutir a grave situação de ‘improviso' com pacientes. O hospital tem 7 das 16 salas cirúrgicas interditadas para acomodar de forma improvisada pacientes em estado grave, que deveriam estar em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Conforme o próprio hospital, essa ocupação “influencia diretamente no fluxo normal de procedimentos cirúrgicos no setor”.