O mês de janeiro será o último de saques do Auxilio Emergencial, benefício criado pelo para auxiliar a população financeiramente durante a pandemia e chegou ao fim em 2020. O auxílio serviu como um estímulo e se tornou até mesmo um meio de pagamento nos comércios, principalmente nos bairros da capital. Andando pelas ruas, não é difícil se deparar com algum cartaz ou placa em com os dizeres: “aceitamos auxílio como pagamento”.

O fim do benefício é sinônimo de preocupação para a grande maioria dos comerciantes da capital não somente para aqueles que recebiam o pagamento de suas vendas com o auxílio de forma direta, mas aqueles que eram afetados indiretamente pelo benefício.

Alex Brandão, proprietário da Ciclo Marques, conta que o benefício foi um divisor de águas durante a pandemia, “depois de alguns meses difíceis, a chegada do auxílio ajudou demais com as vendas”, contou.

Fim do auxílio ainda não prejudica vendas, mas comerciantes de Campo Grande temem pelo futuro
Alex Brandão, proprietário da Ciclo Marques. (Foto: Henrique Arakaki/Midiamax)

Alex conta que, mesmo como fim do auxílio, ainda não sentiu diferença nas vendas, comparado a 2020, mas teme que o prolongamento da pandemia, sem o auxílio não seja nada favorável para seu negócio.

“Se tudo continuar fechado, as festas canceladas e sem o auxílio, vamos sentir, porque vira uma bola de neve. Sem auxílio, a pessoa deixa de comprar do meu cliente, que deixa de comprar de mim e eu acabo deixando de comprar de outro e vira uma bola de neve”, comentou.

Opinião compartilhada por Maria Cristina, proprietária da ‘Maria Maria Modas', que não vê um futuro muito animador para seu negócio caso o não volte a ser injetado na economia.

Fim do auxílio ainda não prejudica vendas, mas comerciantes de Campo Grande temem pelo futuro
Maria Cristina, proprietária da Maria Maria Modas. (Foto: Henrique Arakaki/Midiamax)

“Nós já tivemos uma queda nas vendas que acontece naturalmente em janeiro e fevereiro, mas sem o auxílio está pior ainda. Quando o benefício começou a ser pago nós tivemos um bom aumento nas vendas, mas clientes começaram a aparecer, pagando seja diretamente com o auxílio ou não”, explicou Maria.

Para a proprietária da loja de roupas, as vendes devem se normalizar junto com os meses. “Agora as pessoas precisarão voltar a tralhar e deixar de depender do governo, o problema é que nesse meio termo nós comerciantes iremos sofrer”, disse.

Para Fernanda dos Santos, o comercio como um todo será afetado, mas por conta de experiências anteriores, ela acredita que a loja onde trabalha conseguirá se sair bem na situação.

“Quando o auxílio começou a ser entregue para valer, nós já estávamos vendendo bem, é claro que subiu um pouco, mas não estávamos mal das pernas ou coisa do tipo. Agora acho que deve dar uma diminuída novamente, mas não acho que iremos perder muitas vendas”.

Para os três, tudo deve ser normalizar com o passar dos meses, mas antes disso “passaremos por dias complicados”, disse Maria preocupada e amedrontada em perceber que poderá reviver os meses de início da pandemia mais uma vez.

Sem mudanças para alguns

Apesar do medo de alguns, o fim do benefício federal não preocupa outros. Sandra Regina Soares é proprietária da barbearia Bigode de Ouro e conta não acreditar que o ritmo de trabalho e lucro deva se alterar com o fim do auxílio.

Para ela, a situação deve ser como foi em 2020. “Com a pandemia nós percebemos uma queda nos atendimentos em relação a 2019, mas se pensarmos no tempo sem auxilio e com o auxílio não mudou tanto”.

“Até porque trabalhamos com corte de cabelo, as pessoas precisam cortar o cabelo, então deve continuar baixo em relação aos anos 2018 e 2019, mas não mudar muito em relação a 2020, mesmo com o fim do benefício”, explicou.

Fim do auxílio ainda não prejudica vendas, mas comerciantes de Campo Grande temem pelo futuro
Luiz Felipe, vendedor na Loja Analu. (Foto: Henrique Arakaki/Midiamax)

Já para Luiz Felipe, vendedor na loja Analu, as compras devem continuar igual pois eles trabalham com móveis, um produto que não era muito visado pelas pessoas que necessitavam do benefício.

“Durante cinco ou seis meses, eu fiz apenas 2 vendas com o auxílio. Como vendemos móveis acho que não muda muito, pois as pessoas que compravam aqui geralmente não usavam o auxílio”, comentou.