Família viveu momentos de terror com tempestade na data que marcou perda do pai para covid em MS

Com dois filhos adolescentes e sem a presença do marido, Mariana relata o medo que sentiu durante temporal em Campo Grande

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Com filhos de 11 e 13 anos
Com filhos de 11 e 13 anos

Um mês depois da perda do pai para o coronavírus, uma família viveu momentos de muito medo durante a tempestade que atingiu Campo Grande. O temporal, acompanhado de uma nuvem de poeira, fez o dia virar noite, derrubou árvores e causou estragos em toda a cidade. O que pode parecer aterrorizante para muitos moradores, causou ainda mais medo em quem sofria com a saudade de uma pessoa muito importante. 

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Jefferson faleceu há um mês, deixando muita saudade. (Foto: Renata Barros/Midiamax)

Jefferson Nunes da Silva faleceu no dia 15 de setembro, aos 50 anos, depois de ter sido infectado pelo coronavírus. Diabético, Jefferson fazia parte do grupo de risco e não resistiu à doença, deixando a esposa e os dois filhos em Alcinópolis, a 387 quilômetros de Campo Grande. 

Depois da morte do marido, Mariana Fonseca decidiu se mudar com os filhos para Campo Grande, onde passou a viver com a mãe no bairro Aero Rancho. Contudo, ela não esperava que fosse viver mais um trauma. No dia em que a morte de Jefferson completava um mês, o temporal chegou à Capital causando o caos. 

No Aero Rancho, ainda há rastros da tempestade: são diversas árvores caídas e que chegam a interditar ruas. Já na casa de Mariana, o que ficou foi a saudade de Jefferson e o medo de um novo temporal.

“Vivo aqui com meus filhos, de 11 e 13 anos. Estava fazendo um mês que meu marido faleceu de covid, então estávamos todos muito abalados. Quando começou a tempestade, foi angustiante”, relembra. 

Mariana afirma que o medo tomou conta de todos e que começaram a rezar na hora do temporal. “Eu comecei a orar, mas meus filhos começaram a chorar e eu também. Ficamos com muito medo”, relata. 

Apesar dos momentos de terror, o temporal não chegou a causar estragos na residência da família. Mariana afirma que o maior estrago foi causado pela falta de energia, mas que felizmente já teve o fornecimento restabelecido. 

Medo de novas tempestades

Para quem viu de perto os estragos causados pelo temporal, o que fica é o sentimento de medo da chegada de uma nova tempestade. Além da família de Mariana, outros moradores do bairro Aero Rancho temem mais chuvas. 

Uma moradora da rua Henrique de Souza Filho, que não quis se identificar, conta que mora em uma residência com duas árvores na calçada. As árvores já causam infiltração na varanda e ela relata o medo de que uma delas possa cair. “Queria chamar alguém para que possam retirar essa árvore, mas não sabia como fazer”, diz. 

Apagão em Campo Grande

Mesmo dias depois da tempestade com vendaval que causou estragos em toda a cidade, bairros continuam sem energia elétrica em Campo Grande. O temporal causou destruição em diversas regiões na última sexta (15), com quedas de árvores, destelhamentos e apagões. Contudo, enquanto parte dos moradores voltam à rotina nesta segunda-feira (18), ainda há outros que continuam sem energia elétrica. 

As reclamações dos moradores não param de chegar e há até bairros que organizam protestos, depois de tanto tempo sem energia elétrica. Conforme relatos feitos pelos leitores ao Jornal Midiamax, são pelo menos 13 bairros sem energia nesta manhã. Além disso, há duas fazendas e um assentamento que também ainda não tiveram o fornecimento restabelecido. 

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