O primeiro exame para confirmar a suspeita de caso de mucormicose, mais conhecido como ‘fungo negro’, em paciente de 50 anos de Corumbá, a 440 km de Campo Grande, teve resultado inconclusivo. Dessa forma, novas análises serão feitas e devem ficar prontas no prazo de 15 dias.

A suspeita foi informada pelo Cievs (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde) na quinta-feira (02),  quando foi notificado pela secretária municipal de saúde de Corumbá.

O paciente de 50 anos está internado na em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Santa Casa de Corumbá. 

Apesar da gravidade da doença, não há previsão de transferência do paciente, que sofre de hipertensão e obesidade. A mucormicose ganhou notoriedade, principalmente, após o aumento no número de casos na Índia. Semanas depois, começaram notificações sobre a doença no Brasil.

O “fungo negro” é relativamente comum, existindo no ambiente e em alimentos como hortifrútis. A preocupação existe quando o infectado sofre com alguma doença que fragilize seu sistema imunológico –como a Covid-19. O paciente suspeito de ter a doença tomou as 2 doses da vacina em 20 de janeiro e 5 de fevereiro.

Doença

A Mucormicose é uma infecção não transmissível causada por diversos tipos de fungos da ordem Mucorales. A doença é também chamada de “fungo negro” e possui difícil diagnóstico. Em contato com pele e mucosas, geralmente produz lesões necróticas no nariz e palato (céu da boca). Tendo como exemplo o aumento de casos na Índia, a infecção, também conhecida como fungo negro, tem começado a causar espanto no Brasil. 

A SES destaca que a “mucormicose geralmente ocorre em pessoas que têm comorbidades ou utilizam medicamentos que diminuem a capacidade do corpo de combater algumas doenças”. O avanço da doença pode causar sintomas que se iniciam com dor orbital unilateral ou facial súbita, podendo conter obstrução nasal e secreção nasal necrótica.

“Há a possibilidade de ocorrer lesão lítica escura na mucosa nasal ou dorso do nariz, celulite orbitária e facial, febre, ptose palpebral, amaurose, oftalmoplegia, anestesia de córnea, evoluindo em coma e óbito”, informa o comunicado. Quando avançada a doença, o tratamento envolve remover cirurgicamente todos os tecidos mortos e infectados.

“Em alguns pacientes, isso pode resultar em perda da mandíbula superior ou às vezes até mesmo do olho”. Para cura são necessárias de quatro a seis semanas de terapia antifúngica intravenosa. Por afetar várias partes do corpo, “o tratamento requer uma equipe de microbiologistas, especialistas em medicina interna, neurologistas intensivistas, oftalmologistas, dentistas, cirurgiões e outros”.