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Cotidiano

Estudo descobre novas provas sobre dinossauros que habitavam Mato Grosso do Sul

Falta de paleontólogos regionais para aprofundar estudos é um problema que atrasa novas descobertas
Arquivo -

Estudo realizado pelos pesquisadores Maria Izabel Manes e Sandro Marcelo, ambos do Nacional da UFRJ (Universidade Federal do ), e Rafael Costa, do Museu de Ciências da Terra, do Serviço Geológico do (CPRM), mostrou novidades sobre as pegadas fósseis de dinossauros na região de , em Mato Grosso do Sul.

Uma pegada foi achada no começo dos anos de 1990 por um arqueólogo sul-mato-grossense nas margens do Rio Nioaque. Em entrevista à Agência Brasil, Maria Izabel disse que, no entanto, que ela ficou muito tempo sem pesquisas, e que em 2017, a equipe do e do CPRM foi ao local e encontrou várias outras pegadas.

Os resultados da pesquisa foram publicados esta semana no periódico científico Journal of South American Earth Sciences. O estudo contou com apoio logístico da prefeitura de Nioaque.

O mapa geológico de Nioaque aponta que essas pegadas estavam marcadas em uma rocha de mais ou menos 300 milhões de anos. O que acontece, segundo a pesquisadora, é que nessa época não havia dinossauros.

Equipe trabalhando nas margens do Rio Nioaque. (Foto: Rafael Costa da Silva)

 

“A gente percebeu então que tinha um erro no mapa geológico. Vendo essas pegadas novas, a gente concluiu que elas estão, na verdade, em rochas mais recentes no tempo geológico e que ali era um deserto que tinha um rio à sua volta. Essas pegadas ficaram marcadas nesse rio em volta do deserto e não em um ambiente glacial como foi inicialmente interpretado”, explicou.

Maria Izabel estimou que as rochas tinham entre 100 milhões e 65 milhões de anos, mas admitiu que pode-se considerar também o início do período jurássico, há 140 milhões de anos.

Esforço de campo

O trabalho do Museu Nacional e CPRM é importante para a região porque antes não havia nenhuma pesquisa científica sobre o assunto. “Agora, a gente tem como comprovar a idade e mostrar que tem mais pegadas ali. Com mais esforço de campo, isto é, com mais idas a campo”, disse.

De acordo com a pesquisadora, o problema no Estado é que Nioaque não tem paleontólogos para poder aprofundar mais as pesquisas. “Ali tem um potencial muito grande de serem encontradas mais pegadas, fósseis, mais coisas”, disse.

Segundo ela, o projeto piloto realizado em MS visa aprofundar mais pesquisas naquela região. Ela disse que pelas características das pegadas, os pesquisadores não conseguiram identificar as espécies de dinossauros terópodes (carnívoros) e ornitópodes (herbívoros), mas perceberam que o tamanho calculado a partir das pegadas apontava para animais de um até seis metros de comprimento.

Também foi descoberta uma paleotoca (fóssil de toca) de um pequeno vertebrado, possivelmente um mamífero, situada próximo à margem do rio.

Maria Izabel informou que como algumas pegadas e a paleotoca corriam risco de desaparecer devido à erosão, essas peças foram trazidas para o Rio de Janeiro e depositadas no Museu de Ciências da Terra, do Serviço Geológico do Brasil. O resto foi deixado no lugar, incluindo uma trilha com seis pegadas de dinossauros.

Trilha de pegadas deixadas por dinossauros. (Foto: Rafael Costa da Silva)

 

Formada em geografia e mestre em ciências, Maria Izabel disse que a época mais propícia para a realização de uma nova missão ao local é no período de baixa do rio, quando está em época de seca, o que ocorre normalmente entre julho e setembro. 

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