Contra o toque de recolher às 20h em , grupo de cerca de 100 pessoas, entre empresários e trabalhadores do comércio e setor de eventos, seguiram em protesto na Avenida Afonso Pena rumo à Governadoria do Estado, no . Manifestantes cobram governo para medida mais branda, apesar do agravamento da crise de saúde causada pelo coronavírus.

Com uma lanchonete na saída para Sidrolândia, Cícero Aluízio, de 50 anos, disse que conta com 12 funcionários e com o toque de recolher decretado a partir das 20h, teme ter que demitir.

“Sempre seguimos todas as normas [de biossegurança] sempre tem fiscalização da aqui, nunca tivemos nenhum problema. A partir que começar a vale o novo decreto, não vai ter jeito, vou precisar dispensar meus funcionários”, disse.

Dono de uma hamburgueria na Avenida Bom Pastor, Luan Charão, de 29 anos, disse que no ano passado precisou usar os recursos e economias que tinha para ‘segurar' os funcionários, mas precisou demitir seis. Atualmente com 16 trabalhadores, ele teme não conseguir mantê-los.

“Para a maioria deles, esse é o único sustento”, disse. O empresário questionou o horário da medida e cobrou que Governo do Estado fiscalize aglomerações clandestinas e festas. “O vírus se propaga no comércio noturno? Sempre tem fiscalização da vigilância sanitária por aqui”, pontuou.

Antônio Meneguini, de 45 anos, tem dois bares na região central de e conta com 70 funcionários com carteira assinada. Ele afirma que sempre seguiu as normas estabelecidas e diante do novo decreto, pode nem abrir o comércio e teme precisar dispensar os trabalhadores.

“O Governo Federal e Estadual teve um ano para se programar para conter o vírus. Deveriam punir festas, mercados lotados, não o comércio que atende todas as recomendações”, afirmou.

Funcionários pressionados

Funcionários de casas noturnas procuraram o Jornal Midiamax denunciando pressão por parte de donos de algumas casas noturnas de Campo Grande. Segundo os funcionários, conforme imagens de conversas encaminhadas à reportagem, empresários estariam ameaçando com demissão trabalhadores de casas noturnas que não participarem do ato.

A reportagem chegou a falar com um dos proprietários de casas noturnas que supostamente teria pressionado os funcionários. Ao Midiamax, o empresário negou que ele ou funcionários dos estabelecimentos dele não participarão do ato. “É cada um por si”, disse o empresário.

Apesar da resistência de prefeitos de todo o Estado em cumprir as medidas mais severas para combater o avanço da pandemia, o decreto estadual mais rígido se sobrepõe a qualquer medida mais branda das prefeituras e, por isso, o cumprimento é obrigatório.

Ainda de acordo com o MPMS (Ministério Público Estadual) já há entendimento que se houver descumprimento das prefeituras sobre qualquer trecho do decreto, cada caso poderá ser judicializado.