Em um mês, mortes por covid crescem 74% e início de junho já é o 2º mais letal da pandemia
De 1º a 10 de junho foram 377 óbitos pela doença
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Junho pode se tornar o mês mais letal da pandemia do coronavírus em Mato Grosso do Sul. Nos 10 primeiros dias do mês, já foram registradas 377 mortes por covid, número 74% maior que o verificado em 10 de maio, quando a SES (Secretaria Estadual de Saúde) informava 216 óbitos.
Até o momento, o mês mais mortal da pandemia em MS foi abril, que totalizou 1.393 vidas perdidas para o coronavírus. Para ter uma ideia da gravidade da situação, do dia 1º a 10 de abril, foram contabilizadas 399 mortes, apenas 22 a mais que o registrado em junho até agora.
Além disso, outros dados do cenário atual da pandemia são preocupantes e indicam que há possibilidade de junho ser o pior mês. MS alcançou o pico da média móvel de casos e mortes, que mede a variação dos últimos 7 dias e serve como parâmetro para avaliar a evolução desses fatores.
Colapso na saúde
Pela primeira vez, o próprio governo admitiu que a saúde já está em colapso, com falta de leitos e pacientes internados de forma improvisada. MS chegou a ficar no início de junho com ocupação de leitos UTI para covid acima dos 100% em todas as regiões do Estado.
Também, nesse intervalo do dia 1º ao dia 10 de junho, MS bateu duas vezes o pico de pessoas internadas ao mesmo tempo com covid, chegando a 1.339 em um só dia.
Diante do cenário crítico, Mato Grosso do Sul precisou recorrer a outros estados para encaminhar pacientes em estado grave de covid para internação em UTIs. Até então, 25 já haviam sido transferidos.
Apesar dos esforços, a fila de pacientes à espera de uma vaga em UTI só cresce e atingiu 291 esta semana, colocando o estado com uma das maiores filas de espera do país, atrás apenas do Paraná e Minas Gerais e à frente até de São Paulo.
Medidas
Com o pior cenário possível, o governo do estado que estava relutando em adotar medidas mais rígidas para controlar o vírus cedeu e decretou que os municípios que foram classificados comrisco extremo para covid – que estão com bandeira cinza – devem permitir o funcionamento apenas de serviços considerados essenciais.
Para endurecer as medidas, o decreto elevou em um patamar o grau de cada município, ou seja, se a cidade estava classificada como bandeira vermelha, passou a ser cinza. Então, esses fechamentos no comércio e em prestadores de serviços vão atingir 43 municípios de MS. As regras valem até o dia 24 de junho.
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