Em ano olímpico, estruturas para prática esportiva vão de boas a precárias em Campo Grande

O clima de Olimpíadas remete a sentimentos de inspiração em muitos que desejam um dia representar o Brasil na posição de atleta. E essa grande vontade, como todo sonho, começa de baixo. O maior evento esportivo do mundo levanta questões sobre as estruturas disponíveis nas cidades para a prática olímpica, como meio de preparo ao futuro competidor.

Em Campo Grande, existem vários locais que permitem crianças, adolescentes e jovens a treinar suas habilidades e aperfeiçoá-las. O futebol é a modalidade que mais possui espaços para a prática do esporte. Somente na Capital, são 20 lugares.

O judô aparece em seguida, com sete locais na cidade. E na sequência, quatro pontos espalhados por Campo Grande estão acessíveis para quem gosta de jogar vôlei. E há abrangência até para modalidade pouco conhecida, como o badminton.

No mês de agosto, a previsão é de entrega de revitalizações. Em parceria com a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul), a Funesp informa que está na fase final da implantação do módulo esportivo no Parque Tarsila do Amaral.

No local, haverá quadras de esporte com grama sintética, quadra de basquete com drenagem de águas superficiais no entorno da área e equipamentos de iluminação. Ainda, são esperadas reformas na Praça Esportiva Elias Gadia e no Parque do Sóter.

Outro lado

Embora haja notícias animadoras, ainda há muito o que conquistar. O sucesso da fadinha do Maranhão, Rayssa Leal, com sua medalha de prata no skate, em Tóquio 2020, estimula muitos skatistas a seguirem o mesmo caminho. Mas em Campo Grande, os desafios são diversos, como relata Edduarda Grego, atleta do skate que já competiu ao lado da medalhista maranhense.

“Aqui na cidade, as pistas com mais espaços e obstáculos são da Orla Morena e do Parque das Nações. E nas duas, os próprios skatistas se mobilizam, fazem vaquinha e vendem roupas de brechó para arrecadar dinheiro e consertar obstáculos quebrados”, revelou Grego.

A atleta diz também que a cidade tem oito lugares para praticar manobras de skate, mas que muitos desses estão em condições precárias para o uso.

Segundo Edduarda, as pistas não recebem manutenção, o que pode ocasionar acidentes. “Caso o chão esteja quebrado, qualquer minúsculo pedaço de pedra pode provocar um acidente muito grande”, comentou.

Ela explica que as cores pintadas no chão das pistas servem para torná-las mais lisas e evitar quedas, por exemplo. “É tudo custeado pelos próprios skatistas, porque o governo abandona”.

“Foi aprovada uma reforma no Parque das Nações, mas a pista foi deixada de lado. Queriam reformar todo o parque, mas ignoraram a pista. Agora, com essa repercussão das Olimpíadas, parece que o pessoal está querendo olhar mais para o skate”, desabafou.

Na lista abaixo, é possível conferir os lugares para a prática olímpica em Campo Grande: