Pode até parecer brincadeira, mas nesta sexta-feira (19) é comemorado o Dia do Vaso Sanitário no mundo, o World Toilet Day. A data, diferente do que se possa imaginar, não é para celebrar o objeto de louça obrigatório nos banheiros das residências, mas sim para conscientizar e chamar atenção para o saneamento básico.

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Leonardo de França, Midiamax

A data ajuda a conscientizar as pessoas e os governos no mundo sobre a enorme quantidade de pessoas que não possuem acesso a um vaso sanitário limpo e com sistema de saneamento adequado.

O problema vai muito além do que ter que urinar ou defecar ao ar livre, pois a falta de saneamento básico de qualidade facilita a proliferação de doenças perigosas, como malária e a diarreia, que afeta principalmente as crianças e os recém-nascidos.

Em Mato Grosso do Sul, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem 921 mil domicílios, destes 920 mil possuem banheiro. Ou seja, cerca de mil residências não têm acesso a um banheiro em casa. Em Campo Grande, conforme dados de 2019 do IBGE, 65% dos domicílios têm rede geral de .

Antigamente, artigo de luxo

Um vaso sanitário convencional pode ser comprado facilmente por R$ 150 e foi criado em 1596, pelo inglês John Harington. Apesar de muito antigo, o objeto de louça não era muito popular nos anos de 1950.

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Ilustrativa

Maria José de Sá, de 68 anos, moradora de Campo Grande, conta que o vaso sanitário era um artigo de luxo na adolescência e somente as famílias mais ricas tinham acesso. A única alternativa para a família, que morava em uma fazenda no interior, era utilizar um buraco em meio ao quintal para fazer as necessidades.

“Lembro que meu pai fez uma casinha coberta, com uns caibros e um buraco no chão. Ali a gente fazia as necessidades e quando aquele buraco enchia com as fezes ele enterrava, mudava a casinha de lugar e fazia um novo banheiro”, relembrou.

Maria José lembra que a privada, para uso privado, era algo que só as “madames” da cidade tinham, os banheiros não faziam parte das casas.

“Só quando a gente ia na cidade que via as casas que tinham os vasos. Eu fui usar vaso sanitário em banheiro dentro de casa só depois de adulta. Mas naquela época só gente mais rica que tinha banheiro com vaso dentro de casa”, disse.

Esgotamento sanitário em MS

Em Mato Grosso do Sul, duas empresas detêm o saneamento e a distribuição de água, sendo a (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), no interior do Estado, e a Águas Guariroba, em Campo Grande.

A Sanesul explicou em nota que são 68 municípios atendidos com o esgotamento sanitário, somando uma cobertura de 55% da população atendida. As áreas urbanas de Alcinópolis, Bonito, Jateí, Paranaíba, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Tacuru e Três Lagoas possuem os serviços de água e esgoto considerados universalizados, antecipando o marco legal do ano de 2033. As demais cidades estão em processo com obras de ampliação do sistema de esgotamento.

“Determinada em atingir a universalização do serviço e esgoto, a Sanesul também optou pela contratação de PPP – Parceria Público Privada, que assegurou mais um investimento de R$ 3,8 bilhões. Com um planejamento estratégico traçado pelo governo do estado e a Sanesul, um cronograma de obras e investimentos garantidos, o estado de MS poderá se tornar o primeiro a ter o esgotamento sanitário universalizado. O objetivo é atingir essa meta em até 10 anos”, disse em nota.