Infectologista é o médico especialista em diagnosticar doenças infecciosas causadas por vírus, bactérias, fungos e outros.Nesta segunda-feira (12), comemora-se o dia destes profissionais. A reportagem ouviu alguns infectologistas que falaram sobre como iniciaram na carreira e destacam a importância da categoria neste momento de pandemia.

O infectologista Hilton Luís Alves Filho fala da vivência como médico durante a pandemia e lembra que, além de profissional, eles também são humanos e sentem as dores e emoções que a doença gerou. “Eu nunca imaginei vivenciar uma pandemia, muito menos me tornar um protagonista nesse enfrentamento. Passei por tantos altos e baixos, cuidei de muitos pacientes alguns se foram outros venceram e se tornaram amigos. Fui infectado e recebi tanto amor, perdi pessoas que amo e consolei amigos e desconhecidos ao perderem os seus”, conta.

Além disso, o especialista lembra que um bom profissional da área da medicina deve estar sempre atualizado e, durante a pandemia, a necessidade de estudar foi reforçada. “Li mil pesquisas e continuo lendo diariamente. Sofri por seguir a ciência, mas nunca duvidei dela e da minha capacidade de se adaptar e resistir”, pontuou.

Então, Hilton resumiu o que considera ser o maior aprendizado que a pandemia proporcionou. “Nesse caminho contra a COVID-19 uma palavra nunca fez tanto sentido pra mim: empatia! Uma doença tão solitária e imprevisível nos ensinando o real valor de um toque, de um abraço e de estar perto de quem amamos”.

Apesar de protagonizar um momento tão inesperado – e indesejado, o médico lembra os motivos que o fizeram escolher esse caminho. “A Infectologia foi a especialidade médica que unificou meu amor à medicina com o amor de ajudar as pessoas, principalmente àquelas mais vulneráveis. Eu tive certeza em seguir a infectologia quando percebia o brilho no olhar dos pacientes de doenças infecciosas, tão negligenciadas e cercadas de preconceito, após um simples bom dia, um sorriso, um choro consolado… Você sente a humanidade voltando e tomando o lugar do sofrimento”, finalizou.

Desafio

Mariana Croda atua há 14 anos na área, é docente na (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), consultora da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) e COE (Centro de Operações de Emergência). 

Ela conta que escolheu a infectologia por se identificar com o perfil dos pacientes. “Na época me apaixonei pelo cuidado aos pacientes vivendo com HIV/Aids”. A  médica concluiu a residência médica há 14 anos.

Para ela, a pandemia do coronavírus é um desafio aos especialistas. “Nós fomos preparados para enfrentar situações como essa, mas a Covid vem burlando nossos conhecimentos e expectativas. É a doença mais desafiadora que vimos na perspectiva de vírus respiratórios”, comentou.