Desfalque de R$ 75 mil por advogado agravou finanças já delicadas de asilo, diz diretor

Após ser alvo de um desfalque de R$ 75 por um advogado, o Asilo São João Bosco, em Campo Grande, alega ter passado por sérias dificuldades financeiras. O asilo afirma que o dinheiro, que deveria manter a instituição, foi roubado pelo advogado que fazia a gestão trabalhista do local. Nesta sexta-feira (29), o diretor do […]

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Após ser alvo de um desfalque de R$ 75 por um advogado, o Asilo São João Bosco, em Campo Grande, alega ter passado por sérias dificuldades financeiras. O asilo afirma que o dinheiro, que deveria manter a instituição, foi roubado pelo advogado que fazia a gestão trabalhista do local.

Nesta sexta-feira (29), o diretor do asilo, Gersino José dos Anjos, afirmou que a instituição teve que se adaptar ao baixo orçamento para manter os mais de 80 idosos que vivem lá. “A gente se virou, mexe daqui, mexe dali e usando a criatividade foram salvas nossas refeições”. Além disto, ele lembra que o desfalque causou perdas aos cofres, pois como não conseguiram justificar o uso do dinheiro de doações, tiveram que devolver boa parte do montante.

Sobre o contato com Ricardo Augusto Pegolo, o advogado que deveria auxiliar em questões trabalhistas e processuais, Gersino disse que o advogado afirma que não foi questionado sobre os valores. “Ele disse que nós não cobramos, mas temos um monte de e-mails dele dizendo que a Justiça negou, que não deu certo e por isso ele não revertia para o Asilo. Foi isso que causou a medida que tomamos agora”.

Em coletiva, o advogado que representa a instituição, Diego Marcelino, disse que “a descoberta dos valores foi realizada por meio de pesquisa nos processos que o Asilo já recebe”. Assim, explicou que todos os valores são agrupados em um documento chamado alvará, com, inclusive, o nome do advogado que teria realizado o golpe.

O diretor lembra ainda que o advogado teria cobrado uma multa do Asilo, devido à quebra de contrato que houve entre eles. Isto porque o Ricardo também teria afirmado que a instituição estaria devendo cerca de R$ 90 mil para ele.

Entretanto, Marcelino afirma que não há pendências com o antigo advogado do lar de idosos. “Temos comprovantes de pagamentos que demonstram que o Asilo não deve a ele. O que ocorre é que foram suspensos os pagamentos de janeiro e fevereiro, tendo em vista a descoberta desta apropriação indevida”, destacou.

O diretor detalha que mesmo que existisse a dívida, para fazer a retenção dos valores, o advogado precisaria pegar um documento por escrito. “Essa documentação, a qual ele não possui”, é imprescindível. Por fim, Marcelino lembra que três procedimentos foram feitos: na esfera administrativa, criminal e outro na civil.

No administrativo foi registrada a representação contra o advogado, na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), para que o órgão competente apure essas irregularidades e conduza o processo. Na esfera criminal, foi feito o boletim de ocorrência, em face do advogado e também será apresentada na Justiça, uma ficha-crime. “Na esfera civil, nós entramos com uma ação de indenização por danos dos valores retidos por ele”.

Entenda o caso

De acordo com a denúncia, o homem seria advogado da instituição, representando-a em questões trabalhistas. Assim, o advogado ficaria responsável por fazer o pagamento de processos já em abertos e de demissões.

O golpe seria aplicado quando o advogado informava a administração do asilo de que determinado valor havia sido bloqueado pela Justiça. Cerca de um mês depois, ele realizaria depósito de uma pequena quantia para a instituição, informando que era o valor liberado.

A instituição afirma que isto aconteceu duas vezes, com grandes montantes: a primeira, quando cerca de R$ 35 mil teriam sido desviados; a segunda, quando mais de R$ 40 mil não voltaram para o asilo. De acordo com o documento, parte do valor era referente a uma doação que o asilo havia ganhado.

A primeira movimentação do asilo em relação ao golpe foi em  31 de agosto de 2020, quando a instituição registrou ocorrência na Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada). Ao Jornal Midiamax, a advocacia Marcelino, que agora representa o lar de idosos, informou que com a atualização monetária, serão pedidos R$ 116 mil de restituição.

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