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Cotidiano

Crise muda hábitos alimentares e procura por miúdos de carne tem alta de 60% em Campo Grande

Hambúrgueres e steaks de frango também são opções baratas para complementar refeição
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Procura por miúdos disparou nos açougues
Procura por miúdos disparou nos açougues

Com a crise econômica e a disparada de cerca de 30% no preço da carne em um ano, a procura por miúdos aumentou cerca de 60% nos açougues de . Em vez de coxão mole, patinho e contrafilé, o consumidor migrou para opções mais baratas como pé de galinha, bucho, fígado e mocotó. 

O responsável pela compra de perecíveis de uma rede de supermercados de Campo Grande, João Benites, confirmou o cenário. “Realmente, por conta do aumento da carne, o pessoal migrou para miúdos”, disse.

Outra mudança no comportamento percebida pelo gestor foi a compra de congelados. “Em geral, aumentou cerca de 30% a procura por hambúrguer e steak de frango congelados. A pessoa faz um arroz, frita um ovo e come com hambúrguer e está pronto o almoço. Com R$ 5 o cliente compra 3 hambúrgueres, que rende 3 refeições”, revelou, afirmando que o mercado não tinha muito estoque desse tipo de produto, mas, com a nova demanda, precisou aumentar as compras.


Rede de supermercados aumentou estoque de hambúrguer e steak de frango – Foto: Marcos Ermínio / Midiamax

O motivo da mudança no hábito alimentar dos campo-grandenses é claro. Enquanto o quilo do patinho custa R$ 43,90, o pé de galinha sai a R$ 5,99 o quilo. “A diferença é grande”, justifica Benites.

A diferença é que a alta no preço dos miúdos não é tão forte quanto da carne, explica o gerente. “Se a carne aumenta 40%, o miúdo aumenta 20%”, exemplifica com dados hipotéticos.

Antes era praticamente de graça

Dono de um açougue na Vila Taveirópolis, Wadyson Miguel relata que antes esses restos eram praticamente descartados. “Esse tipo de carne como retalho e miúdos tinha que dar ou jogar fora. Nem de graça o pessoal aceitava, mas hoje em dia é alternativa”, avalia.

No estabelecimento, a percepção é de que houve aumento de pelo menos 30% na procura por esse tipo de alimento. “Está saindo bastante retalho bovino, que é a sobra do corte”, conta.

Os preços no açougue mostram que a preferência pelos miúdos se dá exclusivamente pelo preço. Enquanto fígado sai por R$ 18,50 o quilo e os retalhos estão custando R$ 24,50, o filé mignon está a R$ 57 e o coxão mole está saindo por R$ 36 em dias de promoção. 


Atrativo pelo preço, fígado é bastante procurado nos açougues da Capital – Foto: Marcos Ermínio / Midiamax

“Nuca vi pagar R$ 22 no quilo do bucho, mas é o preço que está”, observa. 

Alimentos mais caros

A alta acumulada no preço da carne bovina chegou a 36% entre agosto de 2020 e 2021, segundo o IBGE. O frango encareceu até mais nesse período: 40,4%. Os ovos subiram 20%.

O abandono da carne vermelha foi a saída para 67% dos brasileiros economizarem nas refeições, de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada no mês passado.


Consumidor leva em consideração diferença de preços para escolher carne – Foto: Marcos Ermínio / Midiamax

De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o que impulsiona esse aumento é a arroba bovina, que já chega a R$ 319,50, valor que representa alta de 27,57% nos últimos 12 meses.

E, quando aumenta o preço do animal, o consumidor acaba pagando a conta.

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