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Cotidiano

Com resistência nas aldeias, lideranças apelam às lives para incentivar vacinação em MS

Apesar de contar com doses disponíveis da vacina contra a Covid-19, parte dos indígenas das Reserva Federal de Dourados, em Mato Grosso do Sul ainda continuam resistentes ao imunizante. Para tentar reverter o quadro, as lideranças estão apelando para as redes sociais e recorrendo às lives. Uma delas, que contará com a participação do líder […]
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Apesar de contar com doses disponíveis da vacina contra a Covid-19, parte dos indígenas das Reserva Federal de , em ainda continuam resistentes ao imunizante. Para tentar reverter o quadro, as lideranças estão apelando para as redes sociais e recorrendo às lives.

Uma delas, que contará com a participação do líder da Aldeia Bororó, Gaudêncio Benitez e com o médico Fábio Lima, está programada para esta segunda-feira (15), às 19h (horário de MS) e faz parte do projeto Tekoha Maney, que na língua indígena significa Aldeia sem Males.

Todos os municípios receberam vacinas equivalentes à quantidade de indígenas que vivem em aldeias. Com mais 18 mil habitantes distribuídos nas aldeias Jaguapiru, Bororó e Panabizinho, incluído ainda, os moradores das retomadas, Dourados recebeu 11.600 doses. Desse total, até o momento, não foi utilizado apenas 45% do estoque.

Das cidades de Mato Grosso do Sul que já estão com os imunizantes e que devem ser aplicados pelo Dsei (Distrito Sanitário Indígena), apenas cumpriu a meta estabelecida.

Nos últimos dias o número de pessoas infectadas pelo coronavírus nas aldeias da Reserva Indígena Federal de Dourados tem aumentado. “Nosso povo tem enfrentado essa doença com muita dificuldade. E no nosso caso, as consequências são ainda mais graves, uma vez que temos muitas carências que atravessam décadas, como a falta de água potável”, explica a rezadora Alda Oliveira.

Segundo dados do boletim epidemiológico divulgado neste domingo, 821 pessoas já foram infectadas nas aldeias de Dourados. O primeiro caso foi diagnosticado a partir de uma indígena da aldeia Jaguapiru que contraiu a doença durante o trabalho em um frigorífico da cidade.

Em meio a do novo coronavírus, os  indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru e Panambizinho chegam a ficar até 20 dias  sem água encanada.

De acordo o líder da aldeia Bororó, a única alternativa, é buscar água na escola municipal Araporã. Ele relata que mais de 100 famílias passam pelo colégio todos os dias com baldes. Alguns indígenas andam mais de 4 quilômetros para levar água para casa.

“A falta de água é um problema constante na comunidade. Como cobrar higienização, se eles não tem água nem para beber. Esse é um problema sério que parecesse que nunca será resolvido”, questiona o líder da aldeia Jaguapiru, Nelson Avila.

“A falta de água é uma realidade nas comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul. Em Dourados temos uma ação desde 2011 que reiteradamente não é cumprida, mas, que nos últimos meses exigia que houvesse o atendimento ao acesso e água”, explica o procurador do MPF (Ministério Público Federal), Marco Antonio Delfino de Almeida.

Reza para espantar os males

Em dezembro a reportagem do Midiamax acompanhou o encontro de liderança espirituais que se reuniram na Casa de Reza da Aldeia Jaguapiru para pedir a proteção divina. Entoando cânticos ensinados pelos ancestrais, rezadores das aldeias Jaguapiru, de Dourados e Limão Verde, de Amambai, se reuniram para o Nhanderu Nhee Nhembojoja, que na língua dos brancos significa Encontro Sagrado de Líderes Espirituais.

O ritual Kaiowá começou antes do nascer do sol e foi realizado na Gwyra Nhe’engatu Amba, “Lugar onde o pássaro da Boa Palavra tem Assento”. O rezador Getúlio Juca, anfitrião do encontro, acompanhado pelo também rezador da Aldeia Limão Verde, Atanásio Oliveira, ressaltou que esse tipo de cerimonia para pedir a proteção divina e afastar os males provocados pelo coronavírus. e que já levou muitos irmãos das aldeias de Mato Grosso do Sul e do Brasil.

Getúlio conta que o Encontro Sagrado de Líderes Espirituais é realizado diante da necessidade de fortalecer os laços com as forças do bem e que, pelo uso da água, pelos cânticos e pela união dos rezadores, o mal pode ser afastado. Entretanto, ele lembra que além das rezas, as aldeias também precisam dos cuidados das autoridades, que precisam melhorar o atendimento aos indígenas.

 

 

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