Com preços competitivos, atacarejos aproveitam ‘boom’ da pandemia e expandem atuação em MS
Crise levou consumidores domésticos e pequenos negócios a procurar alternativas de compras
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O aumento expressivo no preço de itens de alimentação e higiene fez consumidores procurarem alternativas para suprir as necessidades básicas gastando menos. Entre as opções estão os ‘atacarejos’, que mesclam as vendas no varejo e atacado e ganharam destaque por conta dos preços competitivos.
O segmento já apresentava forte tendência de crescimento, mas foi com o ‘boom’ da pandemia que esses estabelecimentos se fortaleceram em Mato Grosso do Sul.
Planos de expansão
O cenário é tão positivo que o Fort Atacadista, do Grupo Pereira, está com projeto de expansão ousado em Campo Grande, com previsão de abertura de 3 unidades. Uma delas, no Bairro União, já está com as obras em fase avançada. Além disso, estão previstas unidades no Villas Boas e na Cafezais.
O diretor de Marketing e Canais Digitais do grupo, Lucas Pereira, comenta sobre os planos da empresa para Campo Grande. “Campo Grande é uma cidade próspera e pujante, que tão bem nos acolheu quando aqui chegamos, em 1984. Tanto que aqui decidimos instalar nossa sede e ampliamos nossos negócios. Hoje, o Grupo Pereira é uma força multicanal e multirregional, com mais de 15 mil colaboradores, sendo 4 mil em Campo Grande. Já são 20 unidades de negócio do Grupo na cidade e estamos animados em oferecer novos empreendimentos para os campo-grandenses”.
Nova unidade do Fort Atacadista será inaugurada em breve na entrada do Conjunto União – Foto: Divulgação
As três lojas Fort Atacadista previstas para serem inauguradas em Campo Grande devem somar investimentos de R$ 120 milhões e geração de 900 empregos diretos e indiretos.
Para mostrar a força do ‘atacarejo’, o grupo Assaí inaugurou sua 4ª unidade em MS em pleno 2020 — na Avenida Duque de Caxias em Campo Grande — e avalia expandir os negócios na região. “Fomos muito bem recebidos pela população sul-mato-grossense, o que se reflete em nossas lojas sempre com uma boa visitação de clientes. Por isso, temos continuamente estudado novas possibilidades de expansão na região, assim como em todo o país”, avalia o gerente regional do Assaí em MS, Paulo Fidelis.
O plano de expansão da rede prevê a abertura de 28 novas lojas somente em 2021, e conta, também, com a previsão de contratação de 10 mil novos colaboradores ainda este ano. Além disso, são mais 25 lojas previstas para serem abertas por ano até 2023.
A rede atacadista mais antiga em MS, o Atacadão, tem plano robusto de expansão no país, com abertura de 20 unidades ao ano. Apesar do forte crescimento, a marca não revela se há novas unidades previstas para MS. “O estado do Mato Grosso do Sul é uma região muito importante e estratégica para nós, onde estamos presentes desde 1967, contribuindo para o desenvolvimento da economia local e geração de empregos”, informou a assessoria de imprensa.
Loja da Duque de Caxias do Atacadão foi reinaugurada 6 meses após ser destruída por incêndio – Foto: Leonardo de França / Midiamax
Em setembro de 2020, a unidade do Atacadão da Avenida Duque de Caxias foi destruída por incêndio. A empresa acelerou a reconstrução da estrutura e reinaugurou a loja seis meses depois, em março de 2021.
O Atacadão conta com 5 lojas de autosserviço e 1 atacado de entrega, presente nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.
Receita do crescimento
Dados indicam que comprar em atacarejo faz parte da realidade de 63% dos brasileiros. A proposta ganha força com o aumento de consumidores que compram para casa, procurando por preços mais baixos, principalmente diante da crise econômica agravada pela pandemia da covid.
Além disso, o desemprego impulsionou o aumento de negócios informais como confeiteiros, espetinhos, lanches e outros. Esse novo público crescente é o principal dos atacarejos, que oferecem a possibilidade de descontos na compra de determinada quantidade de cada item.
Na avaliação da Amas (Associação Sul-mato-grossense de Supermercados), a transformação do varejo alimentar tem ocorrido em todo o Brasil. “A Amas entende que há espaço para essa modalidade continuar a crescer aqui no Estado, pois o consumidor, especialmente nesse momento de pandemia, de crise econômica, tem buscado alternativas para pagar menos por suas compras, e o atacarejo, por seu custo operacional mais baixo, consegue entregar os produtos num preço final mais competitivo para os consumidores”.
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