Começou ‘quente’ a audiência pública promovida pela Câmara Municipal de Campo Grande para discutir a necessidade do Passaporte da Vacina, documento que comprova a adequação de uma pessoa à vacinação e que seria utilizado para entrar em lugares fechados ou eventos específicos.

Do lado de fora, na Avenida Ricardo Brandão tem até carro de som. Do lado de dentro, o plenário está lotado com pessoas gritando palavras de ordem e ostentando faixas e cartazes contra e a favor da eventual lei. Os que são contra gritam a palavra “liberdade”, já os que são a favor gritam “vacina”.

Segundo o empresário Rafael Tavares, de 33 anos, também líder do movimento EnDireita MS, o Passaporte da Vacina não pode virar obrigação.   

[Colocar ALT]
Secretário Municipal de Saúde, José Mauro Filho (Foto: Ranziel Oliveira)

“O primeiro ponto é que o Estado não pode impor uma vacina de forma obrigatória, ainda mais se tratando de uma em fase de testes. Ela não previne a contaminação, se ela não previne, essa justificativa não passa. O que tomou já está imune, mas ele não vai deixar de pegar. Porém, se ele já tomou ele não precisa obrigar o colega a tomar”.

Todas as vacinas aplicadas no Brasil foram aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e passaram pelos testes mínimos impostos pelo órgão federal. Também há consenso da comunidade científica internacional, inclusive com repetidas manifestações da OMS (Organização Mundial da Saúde) de que a vacina é o meio mais eficaz de combate à Covid.

A vereadora Camila Jara (PT) disse que é a favor do passaporte. “Eu entendo que é um meio de incentivar as pessoas a se vacinarem, aqui no estado está avançando, mas se for olhar em números, 400 mil pessoas não se vacinaram, essas pessoas podem contrair e desenvolver uma variante perigosa”.

Também presente na audiência, o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, disse que, pelo menos no entendimento do Poder Municipal, não é hora de ficar contra ou a favor.

“Nós estamos participando de um processo de discussão nesse momento, não é hora de ser a favor ou contra, é hora de discutir com dados. Campo Grande está com 85% da população acima dos 18 anos vacinada, isso nos dá uma tranquilidade”.

Porém, o secretário deixou escapar o que talvez seja o entendimento da Prefeitura. “Eu acredito que pode ser criada uma lei que não tem eficiência na prática”, se referindo à lei que estabelece o Passaporte.

Encabeçada pelo vereador Ayrton Araújo do PT, a audiência foi convocada pela Comissão Permanente de Políticas e Direitos das Mulheres, de Cidadania e Direitos Humanos, composta pelos vereadores Camila Jara (presidente), Júnior Coringa (vice), Valdir Gomes, Clodoilson Pires e Ademir Santana.

Veja vídeo de manifestantes discutindo: