A preocupação em garantir imunizantes durante tempos de pandemia fizeram a cobertura vacinal contra a Influenza dobrar em crianças de Campo Grande neste ano. Na Capital, 57,64% dos pequenos de seis meses a menores de seis anos foram imunizados contra a H1N1 na primeira fase de vacinação da campanha de 2021.
Isso significa que 37.792 crianças dessa faixa etária tomaram a vacina contra a Influenza em Campo Grande. No ano anterior, antes da pandemia entrar em estado crítico em Mato Grosso do Sul, a procura foi duas vezes menor.
Em 2020, apenas 18.830 crianças se imunizaram contra a Influenza na Capital. Os pequenos representam 28,72% do público estimado para a campanha daquele ano.
Os dados foram levantados pelo Jornal Midiamax junto à Sesau (Secretaria de Estado de Saúde). “Mesmo com o aumento considerável na cobertura, ela ainda está abaixo da meta preconizada pelo Ministério da Saúde, que é de 95%”, destacou a Secretaria.
De acordo com a infectopediatra, Delmina da Rocha, com a baixa cobertura vacinal para Influenza existe um maior risco de ter mais casos da doença. Ela explica que o vírus se espalham de pessoas para pessoas, principalmente por espirros ou tosses de indivíduos já infectados.
“Como as crianças pequenas convivem em ambientes fechados, a transmissão é facilitada”, ressalta. Além disto, ela detalha que “as vias aéreas das crianças são menores, podendo os sintomas da gripe serem mais exacerbados nessa faixa etária e o Sistema Imune da criança também está em desenvolvimento”.
Sem vacina, mais chances de infecção
Como a vacinação alcançou pouco mais da metade do público estimado. A infectopediatra destaca que crianças não vacinadas podem ter maior chance de serem infectadas pela Influenza. “Poderia desenvolver complicações que podem ser Insuficiência Respiratória e Infecções Bacterianas Secundárias, como Otite, Sinusite e até mesmo Pneumonia”, diz a profissional.
Delmina comenta que “um agravante é que os sintomas da Doença causada pelo Influenza e pelo SARSCov 2, Covid-19, são semelhantes”, Então, ela destaca que a baixa cobertura vacinal pode causar mais casos de Gripe. Assim, “ficaremos na dúvida de ser Covid ou não, necessitando de exames, onerando ainda mais o Sistema de Saúde”.
Além disto, com a possibilidade de retorno das aulas presenciais, a infectopediatra afirma que crianças com sintomas respiratórios não devem ir à escola ou à creche. “A prevenção é o melhor remédio, por isso é importante aumentar a cobertura”.